Introdução

O Deinotherium africano (Deinotherium bozasi) foi a última espécie conhecida do gênero Deinotherium, vivendo até o Pleistoceno Inicial, por volta de 1 milhão de anos atrás. Essa espécie era endêmica da África Oriental, sendo um dos últimos representantes de sua linhagem.

Etimologia

O nome do gênero Deinotherium deriva do grego antigo: deinos (“terrível”) e therion (“besta”). O nome bozasi homenageia o paleontólogo Camille Arambourg, que descreveu a espécie em 1934, com base em fósseis encontrados no Quênia, resultando no significado do nome "besta terrível de Arambourg".

Descrição

O Deinotherium africano era uma das maiores espécies de elefantes extintos, medindo entre 3,6 metros de altura no ombro e podendo pesar até 9,0 toneladas. Apesar de se assemelhar aos elefantes modernos, distinguia-se por possuir presas curvas que se projetavam para baixo a partir da mandíbula inferior, enquanto os elefantes atuais apresentam presas na maxila superior. Tinha membros longos e mais esguios que os dos elefantes modernos, além de um pescoço relativamente mais flexível. Seus dentes eram adaptados para pastagem folívora (alimentação baseada em folhas), com molares bilofodontes próprios para corte e trituração.

Eram ligeiramente menores que o Deinotherium giganteum, possuíam o crânio mais alto e estreito, abertura nasal mais elevada, mandíbula mais curta e uma sínfise mandibular proporcionalmente mais reduzida. Essas adaptações podem indicar mudanças no ambiente e na alimentação em relação às formas europeias.

Descoberta

Os fósseis de D. bozasi foram encontrados em camadas no Quênia, Etiópia e Tanzânia, incluindo formações como Olduvai Gorge, Kanjera Formation e Kubi Algi. A espécie foi oficialmente descrita em 1934.

Classificação

D. bozasi pertence à família Deinotheriidae, junto com as espécies Deinotherium giganteum e Deinotherium indicum. É considerado o último membro sobrevivente do gênero Deinotherium.