
Tilossauro
(Tylosaurus proriger)




Paleoartes:
- AVPHIntrodução
O Tilossauro (Tylosaurus proriger) foi uma das espécies de mosassaurídeos mais impressionantes já descobertas. Viveu durante o período Cretáceo Superior (estágios Campaniano e Maastrichtiano), entre 86 e 66 milhões de anos atrás, nas águas do antigo Mar Interior Ocidental que cobria partes da América do Norte.
Etimologia
O nome Tylosaurus tem origem do grego tylos que significa "saliência" e sauros que significa "lagarto", gerando o nome "lagarto de saliência", já epiteto científico proriger deriva do latim e significa "portador de proa", em referência à saliência distinta em seu focinho, como uma extensão óssea desprovida de dentes.
Descrição
O Tilossauro podia atingir 12,0 a 16,0 metros de comprimento e pesar cerca de 4,0 a 6,0 toneladas, sendo um dos maiores predadores marinhos de sua época, se aproximando muito do tamanho do gigantesco Mosasaurus hoffmannii. Seu corpo era hidrodinâmico, com quatro nadadeiras, cauda em forma de flauta com lóbulo duplo, e uma cabeça comprida com mandíbulas poderosas repletas de dentes cônicos e recurvados. Seu crânio podia atingir até 1,7 metros de comprimento. O focinho alongado sem dentes provavelmente servia para empurrar ou ferir presas, pois possuía uma extremidade óssea dura, que deveria ser usada como arma de impacto para atordoar as presas e efetuar combates por disputa de territorios.
Suas mandíbulas apresentavam fileiras de dentes marginalizados e dentes palatinos (nos pterigoides), úteis para segurar presas escorregadias. Evidências fósseis sugerem que seu comportamento predatório era altamente agressivo, alimentando-se de peixes, tubarões, aves mergulhadoras, outros répteis marinhos como tartarugas, plesiossauros e até mesmo de outros mosassauros menores.
Descoberta
O holótipo da espécie Tylosaurus proriger foi inicialmente descoberto e descrito por Edward Drinker Cope em 1869, com base em um crânio fragmentado e vértebras provenientes da Formação Niobrara, no estado do Kansas, EUA. Originalmente, Cope atribuiu esse material ao gênero Macrosaurus, nomeando a espécie como Macrosaurus proriger. A trajetória taxonômica dessa espécie, no entanto, é marcada por controvérsias e correções, em meio à famosa rivalidade entre os paleontólogos Cope e Othniel Charles Marsh, que ficou conhecida como a “Guerra dos Ossos”.
Pouco tempo depois, em 1870, o próprio Cope redescreveu o material com mais detalhes e alterou sua classificação para Liodon. Enquanto isso, Marsh nomeava, em 1872, um novo espécime mais completo como pertencente ao gênero Rhinosaurus ("lagarto nariz"), mas logo se descobriu que esse nome já havia sido utilizado anteriormente para outro animal. Cope então sugeriu o nome Rhamposaurus como substituto, que também foi considerado inválido.
Foi ainda em 1872 que Marsh finalmente propôs o nome Tylosaurus O novo nome abrangeu tanto o material original coletado no Kansas quanto outros fósseis mais completos que estavam sendo recuperados da região. Assim, Tylosaurus proriger tornou-se a denominação definitiva da espécie. Um dos maiores espécimes já descobertos de T. proriger foi encontrado em 1911 por C. D. Bunker, próximo à cidade de Wallace, também no Kansas. Esse esqueleto gigante está atualmente em exibição no Museu de História Natural da Universidade do Kansas, sendo uma das montagens mais impressionantes e completas desse gênero até hoje.
Charles H. Sternberg encontrou um T. proriger com um plesiossauro em seu estômago em 1918. O espécime está atualmente montado no Museu Nacional do Estados Unidos (Smithsonian) e os restos do plesiossauro estão armazenados em coleções. Embora espécimes importantes serem relatados por C. H. Sternberg (em 1922), a informação permaneceu perdida para a ciência até 2001. Este espécime foi redescoberto e descrito por Everhart (em 2004). Sendo a base para a linha de história para o documentário da National Geographic Channel em 2007 denominado "Monstros Marinhos" e um livro com o mesmo nome (Everhart, 2007).
Classificação
O Tylosaurus proriger pertence à ordem Squamata, clado Mosasauria, família Mosasauridae, subfamília Tylosaurinae. É parente próximo de outros mosassauros como Tylosaurus bernardi e Hainosaurus, este último agora considerado sinônimo do gênero Tylosaurus.
Dados do Dinossauro:
- Nome: Tilossauro
- Nome Científico: Tylosaurus proriger
- Época: Cretáceo
- Local onde viveu: Mar interior da América do Norte
- Peso: Cerca de 6,0 toneladas
- Tamanho: 16,0 metros de comprimento
- Alimentação: Carnívora
Classificação Científica:
- Reino: Animalia
- Filo: Chordata
- Classe: Reptilia
- Ordem: Squamata
- Subordem: Mosasauria
- Família: †Mosasauridae
- Subfamília: †Russellosaurina
- Clado: †Tylosaurinae
- Gênero: †Tylosaurus
- Espécie: †Tylosaurus proriger (Cope, 1869).
Referências:
- - Bullard, T.S.; Caldwell, M.W. (2010). "Redescription and rediagnosis of the tylosaurine mosasaur Hainosaurus pembinensis Nicholls, 1988, as Tylosaurus pembinensis (Nicholls, 1988)". Journal of Vertebrate Paleontology. 30 (2): 416–426. Bibcode:2010JVPal..30..416B. doi:10.1080/02724631003621870. S2CID 86297189.
- - Edward Drinker Cope (1869). "[Remarks on Holops brevispinus, Ornithotarsus immanis, and Macrosaurus proriger]". Proceedings of the Academy of Natural Sciences of Philadelphia. 1869: 123. ISSN 0097-3157.
- - Edward Drinker Cope (1872). "On the geology and paleontology of the Cretaceous strata of Kansas". Annual Report of the United States Geological and Geographical Survey of the Territories. 5: 318–349.
- - Jiménez-Huidobro, P.; Simões, T.R.; Caldwell, M.W. (2016). "Re-characterization of Tylosaurus nepaeolicus (Cope, 1874) and Tylosaurus kansasensis Everhart, 2005: Ontogeny or sympatry?". Cretaceous Research. 65: 68–81. Bibcode:2016CrRes..65...68J. doi:10.1016/j.cretres.2016.04.008.
- - Lingham-Soliar, T. (1992). "The Tylosaurine Mosasaurs (Reptilia, Mosasauridae) from the Upper Cretaceous of Europe and Africa". Bulletin de l'Institut Royal des Sciences Naturelles de Belgique, Sciences de la Terre. 62: 171–194. Archived from the original on November 12, 2021. Retrieved December 24, 2020.
- - Othniel Charles Marsh (1872). "On the structure of the skull and limbs in mosasaurid reptiles, with descriptions of new genera and species". American Journal of Science. Series 3. 3 (18): 448–464.
- - Paulina Jiménez-Huidobro; Michael W. Caldwell (2019). "A New Hypothesis of the Phylogenetic Relationships of the Tylosaurinae (Squamata: Mosasauroidea)". Frontiers in Earth Science. 7 (47): 47. Bibcode:2019FrEaS...7...47J. doi:10.3389/feart.2019.00047. S2CID 85513442.