O Paranthropus boisei cujo nome "boisei" é uma homenagem a Charles Boise, que
contribuiu financeiramente ao trabalho de Louis e Mary Leakey no Olduvai Gorge, originalmente foi classificado como
Zinjanthropus boisei devido o sítio arqueológico onde o primeiro fóssil foi descoberto em Olduvai Gorge, por Mary
Leakey em 1959, em seguida foi reclassificado como Australopithecus boisei, devido a criação nesse gênero de um ramo
denominados de "Australopithecus robustos" incluindo (as espécies P. aethiopicus, P. robustus, e P. boisei) para
finalmente serem classicados em um gênero novo, recebendo a nomenclatura Paranthropus. Os P. boisei foram um dos
primeiros hominídeos que viveram no Leste da África há aproximadamente 2,4 a 1,4 milhão de anos atrás durante o
Pleistoceno. Seus fósseis foram encontrados na Tanzânia (Olduvai Gorge e Peninj),
Etiópia (Konso e bacia do rio Omo) e Quênia (Koobi Fora, Chesowonja, e oeste da Turkana).
Essa espécie é caracterizada por um crânio grande com uma mandíbula pesada e
grandes e largos molares e pré-molares (particularmente o quarto pré-molar), com esmalte muito grosso, sendo os
dentes frontais pequenos, os ossos que compõem o rosto são enormes e posicionado mais para à frente nos lados do
rosto, fornecendo uma vantagem mecânica para o músculo de mascar que proporciona o fechamento da mandíbula, esse
posicionamento torna suas bochechas enormes, salientes na face, devido o nariz não ser proeminente, a mandíbula
era muito grande, em especial a parte avaixo dos dentes, os locais do crânio onde essa musculatura é fixada também
são ampliados para aguentar o esforço, formando uma crista sagital no topo do crânio (crista de osso na parte superior
do crânio que se estende da frente para trás), que os tornavam altamente especializados à mastigação pesada em
adaptação a um ambiente mais semelhante à savana com uma dieta de plantas de baixa qualidade. A mesma adaptação ocorreu
no sul da África com a evolução do Paranthropus robustus. O cérebro dos P. boisei era pequeno, com cerca de 500 a 550
centímetros cúbicos. Os machos mediam cerca de 1,40 metros de altura e pesavam quase 70 quilogramas, já as fêmeas eram
menores, não ultrapassando os 1,10 metros de altura e 45 quilogramas.
O Forame magno (buraco na base do crânio através do qual passa o tronco cerebral)
é curto e é muitas vezes caracterizado como sendo em forma de coração, ao contrário do forame magno mais longo e mais
oval ou circular encontrados em P. robustus. A forma da fossa mandibular, onde a mandíbula inferior conecta-se à base
do crânio formando a articulação da mandíbula é localizado mais acima em P. boisei do que em P. robustus, a caixa
craniana é maior em P. boisei do que em P. robustus e sendo assim o tamanho do cérebro é ligeiramente maior em P.
boisei do que em P. robustus. As proporções dos membros, tamanho relativo do membro superior e inferior, eram
semelhantes aos dos Australopithecus afarensis, que somados as outras características os habilitam a caminhar sobre
duas pernas.
Quando foi descoberto o P. boisei, pensava-se que era um de nossos ancestrais,
que fabricasse feramentas, já que no mesmo local havia evidências de ferramentas, porém, o primeiro fóssil de Homo
habilis foi depois encontrado no mesmo local, sendo então atribuído ao mesmo as ferramentas ali encontradas. Pesquisas
realziadas com a espécie P. robustus demonstraram que anatomicamente eram capazes de manusear coisas com precisão,
estando aptos a produzir ferramentas e como eram anatomicamente similares aos P. boisei, então eles também possuíriam
essa capacidade, porém permanece incerto se essas espécies fabricavam ferramentas ou não.
A especialização em se alimentar de alimentos extremamentes duros, como sementes,
raízes, entre outros vegetais duros que exigiam grandes forças mastigadoras tornando alimentos não comestíveis em
comestíveis, representou a vantagem competitiva dessa espécie perante outras espécies de hominídeos mais inteligentes e
com habilidades de confeccionar ferramentas, como Homo habilis e Homo erectus, evintando a extinção até o
desaparecimento desses alimentos, devido mudanças climáticas ou outros fatores, que provocaram o desaparecimento
desses alimentos ou apenas se tornaram menos abundantes, provocando a extinção dos Paranthropus porque tinham
evoluído se especializando em um alimento que não estava mais disponível. Análises das ranhuras dos dentes sugerem
o consumo esporádico de carne e entre outros alimentos mais nutritivos e macios quando disponível, porém não existem
muitas evidências para confirmar essa teoria. Os habitats em que P. boisei viveu provavelmente eram próximos de fontes
de água, como rios e lagos, em habitats abertos intercalados com vegetações de grande porte formandos por habitats
fechados por copas de árvores.
Dados do Primata: Nome: Paranthropus boisei Nome Científico:Paranthropus boisei Época: Pleistoceno Local onde viveu: África Peso: Cerca de 65 quilogramas Tamanho: 1,40 metro de altura Alimentação: Onívora
Classificação Científica: Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Mammalia Ordem: Primates Subordem: Haplorrhini Superfamília: Hominoidea Família: Hominidae Subfamília: Homininae Gênero: Paranthropus Espécie: Paranthropus boisei, Mary Leakey, 1959
Paleoilustrador:
- John Gurche - Reconstruction based on OH 5 and KNM-ER 406 for the Human Origins Program, NMNH.
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