Atlas Virtual da Pré-História

Preguiça gigante

(Megatherium americanum)

  - AVPH

Paleoartes:

- AVPH

Animação

Introdução

A Preguiça gigante (Megatherium americanum) foi uma das maiores espécies de preguiças terrestres já conhecidas, pertencente à megafauna da América do Sul. Este gigantesco mamífero herbívoro viveu entre aproximadamente 2 milhões e 10 mil anos atrás, durante o Pleistoceno Superior, e habitava principalmente as regiões abertas e planas da atual Argentina, Uruguai, Bolívia e partes do Brasil. Era um dos representantes mais emblemáticos da família Megatheriidae e um dos maiores mamíferos terrestres de seu tempo, rivalizando em tamanho com os elefantes modernos.

Etimologia

O nome Megatherium deriva do grego "mega" (μέγας), que significa “grande”, e "therion" (θηρίον), que significa “fera” ou “animal selvagem”. O epíteto específico americanum faz referência ao continente americano, local de sua descoberta e onde se distribuiu amplamente.

Descrição

O Megatherium americanum podia atingir cerca de 6 metros de comprimento total e 4 metros de altura quando ereto sobre as patas traseiras, e pesar entre 4 e 6 toneladas. Era um animal de constituição maciça, com membros robustos e garras longas e curvas, utilizadas para puxar galhos e se defender de predadores. Sua estrutura corporal indica que podia adotar uma postura bípede, apoiando-se sobre a cauda e as patas traseiras, comportamento que o auxiliava na alimentação em árvores altas. Apesar do tamanho imponente, era um herbívoro, alimentando-se principalmente de folhas, galhos e frutos.

Seu crânio possuía um formato alongado, com mandíbulas fortes e dentes molares adaptados para triturar material vegetal fibroso. Diferente das preguiças atuais, possuía um metabolismo mais ativo e um estilo de vida predominantemente terrestre. Estudos indicam que, devido ao seu grande tamanho, o Megatherium tinha poucos predadores naturais, sendo o ser humano pré-histórico um de seus principais caçadores nos estágios finais de sua existência.

Descoberta

Os primeiros fósseis de Megatherium americanum foram descobertos em 1788, nas proximidades do rio Luján, na província de Buenos Aires, Argentina. O naturalista espanhol Manuel Torres enviou os restos para a Espanha, onde foram estudados pelo renomado anatomista Georges Cuvier, que reconheceu a espécie como pertencente a um grande mamífero extinto, semelhante às preguiças atuais.

Essa descoberta teve grande impacto na paleontologia, pois foi uma das primeiras evidências concretas de extinção de espécies, reforçando as ideias emergentes sobre a história evolutiva da vida na Terra. Desde então, numerosos fósseis têm sido encontrados em várias partes da América do Sul, inclusive com pegadas fossilizadas que revelam detalhes sobre sua locomoção e comportamento.

Classificação

O Megatherium americanum pertence ao Reino Animalia, Filo Chordata, Classe Mammalia, Ordem Pilosa, Família Megatheriidae e Gênero Megatherium. Dentro do gênero, M. americanum é a espécie mais conhecida e melhor estudada, considerada o tipo para o grupo. Seus parentes mais próximos incluem outras preguiças terrestres de grande porte, como Eremotherium laurillardi, que habitava regiões mais setentrionais da América do Sul e América Central.

O Megatherium é um exemplo notável da megafauna pleistocênica sul-americana e da evolução convergente entre grandes herbívoros terrestres. Sua extinção, ocorrida há cerca de 10 mil anos, coincide com as grandes mudanças climáticas do final do Pleistoceno e com a expansão dos grupos humanos caçadores-coletores, que provavelmente contribuíram para o desaparecimento dessa impressionante “fera gigante americana”.

Dados do Mamífero:

  • Nome: Preguiça gigante
  • Nome Científico: Megatherium americanum
  • Época: Pleistoceno
  • Local onde viveu: América do Sul
  • Peso: Cerca de 6,0 toneladas
  • Tamanho: 4,0 metros de altura e 6,0 metros de comprimento
  • Alimentação: Herbívora

Classificação Científica:

  • Reino: Animalia
  • Filo: Chordata
  • Classe: Mammalia
  • Ordem: Pilosa
  • Família: †Megatheriidae
  • Subfamília: †Megatheriinae
  • Gênero:Megatherium
  • Espécie:Megatherium americanum Cuvier, 1796.

Referências:

  • - BARGO, M. Susana. The ground sloth Megatherium americanum: skull shape, bite forces, and diet. Acta Palaeontologica Polonica, v. 46, n. 2, 2001.
  • - BLANCO, R. ERNESTO; CZERWONOGORA, A. D. A. C. The gait of Megatherium Cuvier 1796. Senckenbergiana biologica, v. 83, n. 1, p. 61-68, 2003.
  • - CUVIER, G. (1796): Notice sur le squelette d’une très-grande espèce de quadrupède unconnue jusqu’a présent, trouvé a Paraguay, et déposé au cabinet d’histoire naturelle de Madrid. — Magasin Enciclopedique: ou Journal des Sciences, des Lettres et des Arts 1: 303–310, 2: 227–228; Paris.
  • - Pimentel, Juan (2021), Pimentel, Juan; Thurner, Mark (eds.), "Megatherium", New World Objects of Knowledge, A Cabinet of Curiosities, University of London Press, pp. 231–236, ISBN 978-1-908857-82-8.
  • - Politis, Gustavo G.; Messineo, Pablo G.; Stafford, Thomas W.; Lindsey, Emily L. (March 2019). "Campo Laborde: A Late Pleistocene giant ground sloth kill and butchering site in the Pampas". Science Advances. 5 (3) eaau4546. Bibcode:2019SciA....5.4546P. doi:10.1126/sciadv.aau4546. ISSN 2375-2548.