O Canguru gigante de cara achatada (Procoptodon goliah) viveu há
aproximadamente entre 50 a 20 mil anos atrás durante o período Pleistoceno, na Austrália.
Era um enorme marsupial muito similar, contudo muito maior que os cangurus atuais, cerca de 3 vezes maior.
Possuíam uma face plana, com um focinho curto e com os olhos situados mais na parte da frente da cabeça. Nas patas traseiras
havia um único dedo levemente similar aos cascos de cavalos, sugerindo que ao invés de pular como os cangurus atuais, eles
deveriam caminhar. Seu enorme corpo apresentaria dificuldades para ganhar velocidade e saltar como os cangurus atuais.
Seus quadris e articulações do tornozelo eram robustos e bem adaptados para resistir a torções, proporcionando resistência
para suportar o peso de todo o corpo em uma perna de cada vez. Essas características apoiam a teoria do caminhar ereto, no
entanto são necessários maiores estudos para se confirmar qual o real meio de locomoção desses gigantes, que certamente não
eram tão ágeis, os tornando vulneráveis a predação por humanos por exemplo. As patas dianteiras também eram diferenciadas,
elas possuíam dois dedos mais compridos que os outros, que tinham garras enormes, as quais poderiam auxiliar no ato de
agarrar os galhos mais altos das árvores e trazê-los até a boca, facilitando a alimentação. Chegavam a medir cerca de 2,7
metros de altura e pesar 250 quilogramas.
Viviam em regiões semiáridas do sul da Austrália, caracterizados por regiões ausentes de árvores, com
diversas dunas de areia e muito vento, contudo na região do Lago Menindee, a umidade era mais elevada, facilitando a
formação de vegetações de pequeno e médio porte, sendo um verdadeiro oásis nessa região desértica. Sua alimentação era
baseada em folhas de árvores de porte médio, arbustos e gramíneas. Sua face achatada abrigava uma musculatura robusta, que
auxiliada por uma dentição forte com coroas reforçadas e uma mandíbula massiva, possibilitavam a mastigação de elevadas
quantidades de folhas. Estariam também bem adaptados a se alimentar de vegetações secas e duras que eram muito comum nessa
época australiana.
Seus restos fósseis foram encontrados em Naracoorte, no Sul da Austrália, em Menindee Lake, Nova Gales do
Sul, em Darling Downs, Queensland e em alguns outros sítios paleontológicos. Uma réplica em tamanho real deste animal está em
exposição permanente no Museu Australiano de História Natural.
Essa espécie sobreviveu até cerca de 50.000 anos atrás, com evidências de terem sobrevivido até
18.000 anos atrás. Nesse período de extinção coincidem com 2 eventos catastróficos, uma mudança drástica no clima
australiano e a chegada de uma espécie invasora na Austrália, o homem (Homo sapiens). Não existem evidências
de que os Cangurus gigantes foram caçados ou tenham servido de alimento por homens, mas se baseando em ocorrências em
diversos outros locais do planeta, onde a chegada do homem representou a extinção severa de outras espécies, essa
coincidência no processo de desaparecimento do canguru gigante já basta para se deduzir que tenha ocorrido certa
influência, que certamente foi auxiliada pela mudança climática, levando essa magnífica espécie a extinção.
Dados do marsupial: Nome: Canguru gigante de cara achatada Nome Científico:Procoptodon goliah Época: Pleistoceno Local onde viveu: Austrália Peso: Cerca de 250 quilogramas Tamanho: 2,7 metros de altura. Alimentação: Herbívora
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