Atlas Virtual da Pré-História

Búfalo Gigante

(Syncerus antiquus)

Búfalo Gigante - AVPH

Paleoartes:

- AVPH

Animação

Introdução

O Búfalo Gigante (Syncerus antiquus) era um gigantesco bovídeo que viveu entre o Pleistoceno Superior e o Holoceno na África. Esse animal se destacava por seu grande porte e por possuir alguns dos maiores chifres já registrados entre os bovídeos. Seu registro fóssil abrange uma vasta área que inclui o Norte, Leste e Sul da África, indicando que habitava ambientes abertos, provavelmente savanas extensas, onde pastava grandes quantidades de gramíneas. A espécie desempenha papel importante na compreensão das mudanças ambientais e faunísticas ocorridas durante a transição entre o Pleistoceno e o Holoceno.

dinossauros

Etimologia

O nome científico Syncerus antiquus deriva de “Syncerus”, o mesmo gênero do atual búfalo-africano (Syncerus caffer), e de “antiquus”, que significa “antigo” em latim, fazendo referência à sua idade geológica e à sua presença nos primeiros registros fósseis de grandes bovídeos africanos. A espécie foi inicialmente descrita e nomeada Pelorovis antiquus por Georges Louis Duvernoy, em 1851, com base em um crânio encontrado na Argélia.

Descrição

Syncerus antiquus é considerado o maior bovídeo já descrito na África. Estimativas baseadas em fósseis indicam que o animal poderia alcançar cerca de 3 metros de comprimento, 1,85 metro de altura na cernelha e até 1,7 metro de altura na região posterior do corpo. Os chifres eram extremamente desenvolvidos: alguns espécimes apresentam uma extensão de até 2,4 metros entre as pontas, e os maiores núcleos de chifre chegam a quase 3 metros de envergadura. O peso médio estimado para a espécie é de aproximadamente 1.200 quilos, embora machos excepcionalmente grandes possam ter atingido até 2.000 quilos.

Assim como outros bovídeos de grande porte, sua dieta era predominantemente composta por gramíneas. Evidências isotópicas e estudos de desgaste dentário sugerem que se tratava de um pastador especializado, consumindo alimentos fibrosos de baixa qualidade nutricional, compatíveis com ambientes abertos e sazonalmente secos. Representações em arte rupestre indicam que os machos provavelmente competiam entre si, possivelmente chocando seus chifres em disputas, comportamento semelhante ao observado nos bovinos atuais.

Descoberta

Os primeiros restos de Syncerus antiquus foram encontrados ao longo do rio Bou Sellam, próximo à cidade de Sétif, na Argélia. O crânio, descoberto a cerca de um metro de profundidade durante a construção de um moinho, foi posteriormente enviado para Paris, onde Georges Duvernoy o estudou e descreveu em 1851. Ao longo do tempo, fósseis adicionais foram identificados em várias regiões do continente africano e foram inicialmente classificados sob diferentes nomes, como Bubalus bainii e Bubalus nilssoni, refletindo incertezas taxonômicas da época.

A presença de representações desse animal em arte rupestre no Norte da África, especialmente na região do Magrebe, Atlas e Sahara, indica que a espécie foi conhecida por populações humanas pré-históricas, podendo até ter sobrevivido mais recentemente do que apontam os registros fósseis tradicionais. Esses registros iconográficos também sugerem que Syncerus antiquus era caçado com lanças e pode ter vivido em grandes manadas.

Classificação

A espécie Syncerus antiquus pertence ao Reino Animalia, Filo Chordata, Classe Mammalia, Ordem Artiodactyla, Família Bovidae, Subfamília Bovinae, Gênero Syncerus e Espécie Syncerus antiquus. Durante décadas, o animal foi colocado em diferentes gêneros, incluindo Bubalus, Homoioceras e Pelorovis, devido às suas características morfológicas peculiares e ao tamanho excepcional de seus chifres. No entanto, estudos mais recentes indicam forte relação com o búfalo-africano moderno (Syncerus caffer), com o qual compartilha traços anatômicos e padrões evolutivos.

A revisão taxonômica mais aceita atualmente o recoloca definitivamente no gênero Syncerus, sugerindo que a espécie representa uma linhagem gigante e especializada dentro dos bovídeos africanos, provavelmente adaptada a grandes planícies de pastagem e sujeita a pressões ambientais intensas durante o fim da última glaciação.

Dados do Mamífero:

  • Nome: Búfalo Gigante
  • Nome Científico: Syncerus antiquus
  • Época: Pleistoceno e Holoceno
  • Local onde viveu: África
  • Peso: Cerca de 1,2 toneladas
  • Tamanho: 1,85 metros de altura e 3,0 metros de comprimento
  • Alimentação: Herbívora

Classificação Científica:

  • Reino: Animalia
  • Filo: Chordata
  • Classe: Mammalia
  • Ordem: Artiodactyla
  • Família: Bovidae
  • Subfamília: Bovinae
  • Gênero: Syncerus
  • Espécie:Syncerus antiquus Duvernoy, 1851.

Referências:

  • - Camps, Gabriel (1992). "Bubalus antiquus". In Camps, Gabriel (ed.). Encyclopédie Berbère (in French). Aix-en-Provence: Edisud. pp. 1642–1647.
  • - Duvernoy, Georges Louis (December 1851). "note sur une espèce de buffle fossile [Bubalis (Arni) antiquus], découverte en Algérie, caractérisée et décrite par M. Duvernoy". Comptes rendus hebdomadaires des séances de l'Académie des Sciences (in French). 33: 595–597. Retrieved 31 August 2022.
  • - Faith, J. Tyler (2014). "Late Pleistocene and Holocene mammal extinctions on continental Africa". Earth-Science Reviews. 128: 105–121. doi:10.1016/j.earscirev.2013.10.009.