Atlas Virtual da Pré-História

Oxalaia

(Oxalaia quilombesis)

Oxalaia quilombesis - AVPH

Paleoartes:

- AVPH
- Maurílio Oliveira.
- Rodolfo Nogueira.

Introdução

O Oxalaia (Oxalaia quilombesis) foi um grande dinossauro terópode que viveu há aproximadamente 95 milhões de anos, durante o período Cretáceo, na região onde hoje se localiza o Brasil. É considerado o maior dinossauro carnívoro de sua família já encontrado na América do Sul, e provavelmente um dos maiores predadores do seu tempo. Seus fósseis foram descobertos na Ilha do Cajual, no Maranhão, região que já revelou outros importantes achados paleontológicos.

Etimologia

O nome Oxalaia é uma homenagem a Oxalá, divindade de origem africana de grande importância nas religiões afro-brasileiras, como o candomblé. O epíteto específico quilombensis faz referência aos quilombolas, comunidades remanescentes de escravos africanos que vivem próximas ao local onde os fósseis foram encontrados. Assim, o nome completo significa algo como “Oxalá dos Quilombolas”.

Descrição

O Oxalaia era um terópode pertencente à família Spinosauridae, grupo de dinossauros conhecidos por suas adaptações semiaquáticas e crânio alongado semelhante ao de crocodilos. Estimativas indicam que este animal poderia atingir até 12 a 14 metros de comprimento, 3,5 metros de altura no quadril ou 5,0 metros de altura total com a cabeça erguida e pesar entre 5 e 7 toneladas. Seu crânio era alongado, com cerca de 1,35 metros, e apresentava narinas posicionadas mais para trás, o que permitia que respirasse mesmo com parte do focinho submerso na água.

Seus dentes eram cônicos e não serrilhados, característica típica de animais piscívoros (comedores de peixe). Acredita-se que sua dieta era predominantemente composta de peixes e outros animais aquáticos, embora também pudesse consumir presas terrestres de menor porte. Suas patas traseiras eram fortes, e as dianteiras apresentavam garras poderosas, talvez usadas para agarrar presas.

Descoberta

Os fósseis do Oxalaia quilombensis foram descobertos em 1999, durante escavações na Ilha do Cajual, no Maranhão, em sedimentos da Formação Alcântara (Grupo Itapecuru). A espécie foi oficialmente descrita em 2011 por pesquisadores liderados pelo paleontólogo Alexander W. A. Kellner, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os restos descobertos incluem partes do crânio, como o pré-maxilar (parte frontal do focinho) e o maxilar.

Apesar dos fósseis não estarem completos, suas características permitiram identificá-lo como um novo gênero e espécie de espinossaurídeo, com semelhanças ao Espinossauro, encontrado no norte da África. Isso reforça a teoria de que havia conexão entre os continentes sul-americano e africano durante o período Cretáceo.

Classificação

O Oxalaia quilombensis pertence à ordem Saurischia, subordem Theropoda, família Spinosauridae. É classificado como um espinossaurídeo, grupo de dinossauros terópodes carnívoros com características aquáticas e adaptações para caça de presas aquáticas. A descoberta do Oxalaia representa um registro confirmado de um espinossaurídeo no Brasil e demonstra que essa linhagem de grandes predadores estava presente em diferentes continentes do Gondwana durante o Cretáceo.


Spinosauridae


Baryonyx



Suchomimus





Irritator



Angaturama



Oxalaia



Spinosaurus




Dados do Dinossauro:

  • Nome: Oxalaia
  • Nome Científico: Oxalaia quilombesis
  • Época: Cretáceo
  • Local onde viveu: Brasil
  • Peso: Cerca de 7,0 toneladas
  • Tamanho: 3,5 metros de altura e 14,0 metros de comprimento
  • Alimentação: Carnívora

Classificação Científica:

  • Reino: Animalia
  • Filo: Chordata
  • Classe: Reptilia
  • Superordem: Dinosauria
  • Ordem: Saurischia
  • Subordem: Theropoda
  • Família: †Spinosauridae
  • Gênero:Oxalaia
  • Espécie:Oxalaia quilombesis Kellner et al, 2011.

Referências:

  • - ALEXANDER W.A. KELLNER, SERGIO A.K. AZEVEDO, ELAINE B. MACHADO, LUCIANA B. DE CARVALHO and DEISE D.R. HENRIQUES, A new dinosaur (Theropoda, Spinosauridae) from the Cretaceous (Cenomanian) Alcântara Formation, Cajual Island, Brazil, Annals of the Brazilian Academy of Sciences, ISSN 0001-3765, ISSN 1678-2690, 2010.
  • - Medeiros, Manuel Alfredo; Lindoso, Rafael Matos; Mendes, Ighor Dienes; Carvalho, Ismar de Souza (August 2014). "The Cretaceous (Cenomanian) continental record of the Laje do Coringa flagstone (Alcântara Formation), northeastern South America". Journal of South American Earth Sciences. 53: 50–58. Bibcode:2014JSAES..53...50M. doi:10.1016/j.jsames.2014.04.002. ISSN 0895-9811.
  • - Sales, M. A. F.; Schultz, C. L. (2017). "Spinosaur taxonomy and evolution of craniodental features: Evidence from Brazil". PLOS ONE. 12 (11): e0187070. Bibcode:2017PLoSO. doi:10.1371/journal.pone.0187070. PMC 5673194. PMID 29107966.