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Homem de Denisova





      O Homem de Denisova cujo nome "Denisova" tem origem no nome da caverna onde foi realizada a descoberta da espécie. Eles viveram há aproximadamente entre 600 a 30 mil anos atrás durante o período Pleistoceno na Ásia.
      Devido a pequena quantidade de restos encontrados, pouco conseguiu-se saber sobre as características anatômicas dos Denisovans. Através de um único osso do dedo pertencente a uma mulher, verificou-se que é extraordinariamente amplo e robusto, bem maior do que as variações existentes em H. sapiens. Esta evidência indica que os Denisovans eram extremamente robusto, semelhantes em constituição física aos neandertais. Um dente que descoberto mostrou características morfológicas intermediárias entre H. neanderthal e H. sapiens. Este conjunto de características aliados a análise de DNA permitiu determinar que esta espécie é uma linhagem "irmã" dos neandertais ("homens de Neandertal asiáticos""), que se separou deles há 600 mil anos atrás na região do Oriente Médio, próximo da Anatólia, onde os neandertais acabaram indo principalmente para a região oeste ocupando a Europa e os denisovans acabaram indo para leste ocupando a Ásia.
      A caverna Denisova está localizada no sudoeste da Sibéria, nas montanhas Altai, cerca de 200 quilômetros da fronteira da Rússia com a China e a Mongólia. A caverna está localizada há 30 metros de um pequeno rio chamado Anuy, o que a tornava um ótimo abrigo e morada. Ela possuí esse nome devido um eremita russo que acreditasse ter vivido lá no século 18 chamado Denis. Muito antes disso, pastores turcos Neolíticos e posteriores se abrigaram nessa caverna, reunindo seus rebanhos ao redor deles para enfrentar os invernos siberianos. Graças a eles, os arqueólogos que trabalham em Denisova hoje, cercado por paredes salpicadas com graffiti recente, tiveram que cavar através de camadas profundas de esterco de cabra para chegar aos depósitos que lhes interessavam.
      Essa caverna foi inicialmente explorada na década de 1970 pelo paleontólogo russo Nikolai Ovodov, que estava à procura de restos de ursos das cavernas. Em julho de 2008, Michael Shunkov da Academia de Ciências da Rússia, Alexander Tsybankov e outros arqueólogos russos do Instituto de Arqueologia e Etnologia de Novosibirsk também investigaram a caverna. Eles encontraram o osso do dedo, dois dentes e um osso do pé. Amostras dessas descobertas foram enviadas para uma equipe de cientistas liderada por Johannes Krause e Svante Pääbo, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária em Leipzig, na Alemanha, onde foram sequenciadas mtDNA extraídos do fragmento. O clima frio da caverna Denisova conseguiu preservar bem o DNA da amostra. A temperatura média anual da caverna é cerca de 0°C, o que contribuiu para a preservação do DNA. A análise indicou que os humanos modernos, os Neandertais e os homens de Denisova compartilharam um ancestral comum há cerca de 1 milhão de anos atrás.
      A análise do mtDNA sugeriu ainda que esta espécie de hominídeo foi resultante de uma migração mais antiga para fora da África, diferente das migrações associados com os seres humanos modernos e que também é distinta do êxodo africano efetuada pelos do Homo erectus. A existência desta nova migração cria um quadro mais complexo da evolução da humanidade durante o Pleistoceno.
      Em 2011, um osso de um dedo do pé foi descoberto nesta caverna, sendo contemporâneo do osso do dedo. A caracterização do DNA mitocondrial do osso sugere que ele pertencia a um Neanderthal e não a um Denisovan. A caverna também contém ferramentas de pedra e artefatos de osso feitas por seres humanos modernos, mostrando a importância dessa caverna e dessa região em que três espécies de hominídeos conviveram. Essa convivência pode ser comprovada através de uma comparação detalhada do DNA de Denisovans, de Neandertais e de homens modernos, que revelou evidências de uma complexa teia de intercruzamentos entre as espécies. Esse cruzamento resultou no encontro de 17% de DNA de Denisova na população de neandertais dessa região e vestígios de DNA também de Denisova foram encontrados em populações de uma antiga linhagem de H. sapiens existentes atualmente.
      A análise de genomas de humanos modernos mostraram que eles possuem genes desses dois grupos de hominídeos (neandertais e denisovans). Cerca de 4% do DNA dos humanos modernos fora da África é partilhada com os neandertais, sugerindo miscigenação. Comparando o genoma hominídeo de Denisova com os de seres humanos modernos, verificou-se há existência desse genoma nos povos melanésios, aborígines australianos, grupos pequenos de pessoas no sudeste da Ásia (como a Mamanwa, um povo das Filipinas), Onge Andaman Islanders, Malásia Jehai e o povo da Caverna do cervo vermelho na China (resultado de cruzamento entre o H. sapiens e Denisovans durante milhares de anos no final da última era glacial). Este ADN foi introduzido possivelmente durante a migração precoce dos H. sapiens para Melanésia. Baseados nessa distribuição moderna de DNA Denisova, verifica-se que os Denisovans podem se espalhado pela Ásia e Oceania se limitando a linha de Wallace. Com as posteriores migrações de H. sapiens proporcionaram aos asiáticos e nativos americanos cerca de 0,2% de genes Denisovan. Estudos revelaram que as características dos genes Denisovan nas variantes de genes nos H. sapiens estão associados com a pele escura, cabelos castanhos e olhos castanhos. Os tibetanos possuem um gene EPAS1 que os ajuda a se adaptar aos baixos níveis de oxigênio de altitudes elevadas, esta versão do gene é encontrada no genoma Denisovan, sugerindo que eles adquiriram essa adaptação pelo cruzamento entre seus antepassados ​​e os Denisovans.
      Há evidências da presença de 0,5% de genes Neandertais nos Denisovans. Esse genoma Denisovan compartilha alelos derivados com o genoma Neanderthal Altai da Sibéria mais do que com o genoma Neanderthal Vindija da Croácia e com o genoma Neanderthal Mezmaiskaya do Cáucaso, esse fluxo gênico sugere que existiu uma relação mais estreita com as população neandertais de Altai.

Dados do Primata:
Nome: Homem de Denisova
Nome Científico: Homo denisovensis nomen dubium
Época: Pleistoceno
Local onde vive: Ásia
Peso: Cerca de 80 quilos
Tamanho: 1,6 metros de altura
Alimentação: Onívora

Classificação Científica:
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Primates
Subordem: Haplorrhini
Superfamília: Hominoidea
Família: Hominidae
Subfamília: Homininae
Gênero: Homo
Espécie: Homo denisovensis, Tsybankov, 2008 nomen dubium

Referências:
- Carl Zimmer, "Denisovans Were Neanderthals' Cousins, DNA Analysis Reveals". NYTimes.com. Retrieved 22 December 2010.
- Green RE, Krause J, Briggs AW, et al. (May 2010). "A draft sequence of the Neandertal genome". Science 328 (5979): 710–22. doi:10.1126/science.1188021. PMID 20448178.
- Huerta-Sanchez, Emilia et al (2 July 2014). "Altitude adaptation in Tibetans caused by introgression of Denisovan-like DNA". Nature. doi:10.1038/nature13408.; Brahic, Catherine (5 July 2014). "Extinct humans primed Tibetans for the high life". New Scientist.
- Krause, Johannes; Fu, Qiaomei; Good, Jeffrey M.; Viola, Bence; Shunkov, Michael V.; Derevianko, Anatoli P. & Pääbo, Svante (2010), "The complete mitochondrial DNA genome of an unknown hominin from southern Siberia", Nature 464 (7290): 894–897, doi:10.1038/nature08976, PMID 20336068.
- Reich, David; Green, Richard E.; Kircher, Martin; Krause, Johannes; Patterson, Nick; Durand, Eric Y.; Viola, Bence; Briggs, Adrian W. & Stenzel, Udo (2010), "Genetic history of an archaic hominin group from Denisova Cave in Siberia", Nature 468 (7327): 1053–1060, doi:10.1038/nature09710, PMID 21179161.
- Reich et al. (2011), "Denisova Admixture and the First Modern Human Dispersals into Southeast Asia and Oceania", The American Journal of Human Genetics 89: 516–28, doi:10.1016/j.ajhg.2011.09.005, PMC 3188841, PMID 21944045.

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