O Gondwanasuchus scabrosus cujo nome "Gondwana" é em referência ao
super continente que agrupava a América do Sul, África, Madagascar, Índia, Oceania e
Antártica, "suchus" significa crocodilo e scabrosus significa "tinhoso" que foi um apelido
dado pelos autores que descreveram a espécie devido à aparência agressiva observada no
crânio do animal, seu nome significaria então "Crocodilo tinhoso de Gondwana". Ele viveu
há aproximadamente 80 milhões de anos durante o período Cretáceo
no Brasil.
O Gondwanasuchus scabrosus é um pequeno crocodiliforme predador da
Família Baurusuchidae, que era composta por importantes predadores e carniceiros que poderiam
até mesmo competir por presas com pequenos dinossauros carnívoros. Essa nova espécie foi descrita
com base em um crânio parcialmente completo e muito bem preservado, proveniente de rochas da
Formação Adamantina do município de General Salgado, noroeste do estado de São Paulo. Gondwanasuchus
não passaria de 1,30 metros de comprimento, mas o que esses animais não tinham em tamanho, tinham
em adaptações que os tornavam eficientes predadores.
O crânio de Gondwanasuchus scabrosus é altamente comprimido lateralmente, com
narinas posicionadas lateralmente na região anterior do focinho e grandes órbitas oculares voltadas
anteriormente. Os dentes posteriores de Gondwanasuchus scabrosus são altamente comprimidos e com
bordas serrilhadas como os dentes de alguns dinossauros carnívoros. Uma peculiaridade dos dentes
desse animal é a presença de profundas estrias que percorrem da base para o ápice dos dentes,
garantindo a eles uma maior resistência a quebras durante a alimentação e os ataques. Os olhos de
eram voltados anteriormente, diferentemente do observado na maioria dos outros crocodiliformes, que
possuem os olhos orientados lateralmente. Essa característica permitia que esses animais tivessem
visão binocular, ou seja, poderiam enxergar tridimensionalmente, o que seria muito útil para uma
melhor avaliação da distância dos objetos observados e para uma melhor precisão de seus ataques.
Durante do Cretáceo Superior (há cerca de 80 milhões de anos atrás), a região
onde hoje é a região noroeste do estado de São Paulo e Triângulo Mineiro em Minas Gerais, uma fauna
muito rica e diversa de crocodiliformes terrestres (parentes distantes dos crocodilos e jacarés
recentes) ocupava essa área juntamente com dinossauros.
O fóssil de Gondwanasuchus scabrosus é representado por um crânio parcialmente
completo que, foi encontrado em 2008 em associação próxima a um grande indivíduo de Baurusuchus
salgadoensis, um crocodiliforme também da família dos baurussuquídeos. Gondwanasuchus scabrosus
convivia além de outros baurussuquídeos, com crocodiliformes herbívoros da família dos esfagessaurídeos.
A presença desses esfagessaurídeos e o fato de que os depósitos da Formação Adamantina em General Salgado
serem basicamente compostos por paleossolos (solos que foram preservados no registro geológico), mas
sugerem que em algumas partes do habitat de Gondwanasuchus scabrosus haveria áreas com vegetação
composta por plantas arbustivas e arbóreas.
Dados do réptil: Nome: Gondwanasuchus Nome Científico: Gondwanasuchus scabrosus Época: Cretáceo Local onde viveu: América do Sul Peso: Cerca de 40 quilogramas br>
Tamanho: 1,3 metros de comprimento Alimentação: Carnívora
Agradecimentos:
Thiago da Silva Marinho, pelas informações fornecidas sobre sua descoberta.
Referências:
- Marinho T. S., Iori F. V., Carvalho I. S., Vasconcellos F. M., 2013. Gondwanasuchus scabrosus gen. et sp. nov., a new terrestrial predatory crocodyliform (Mesoeucrocodylia: Baurusuchidae) from the Late Cretaceous Bauru Basin of Brazil. Cretaceous Research.
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