O Elefante de Guerra Sírio ou Elefante Sírio (Elephas maximus asurus) foi uma subespécie de Elefante Asiático (Elephas maximus) que viveu há aproximadamente entre 3 milhões de anos atrás até 100 anos antes de Cristo no Oriente Médio, nas regiões dos atuais Síria, Iraque e Turquia.
Estes elefantes são famosos por terem sido utilizados algumas vezes por Hannibal, durante as Guerras Punicas entre a República Romana e a República de Cartago, como elefantes de guerra. Hannibal tinha um elefante de guerra conhecido como "Surus" que significa "O Sírio", o qual acredita-se que era descendente dos elefantes apreendidos durante as campanhas na Síria pelos Ptolomeus do Egito, sucessores de Alexandre. Existem diversos relatos de vários escritores romanos sobre Surus, que mencionam ter sido o melhor e maior elefante guerra do exército de Hannibal (Cartago) e também o último a restar em seu exército. Ele chegou até a ser impresso em moedas de Cartago da época. Surus usava um pano vermelho real, um escudo vermelho com insígnias de Aníbal e carregava um Howdah conduzindo o próprio Hannibal em suas costas. Ele efetuou toda jornada de Cartago até Roma, cruzando os Alpes durante a Segunda Guerra Púnica em 218 antes de Cristo, juntamento com toda a armada de Hannibal. Surus era de fato uma exceção, pois os elefantes de guerra cartagineses habituais, eram os Elefantes de Guerra do Norte Africano (Loxodonta cyclotis pharaoensis), que é uma sub-espécie de elefante africano também já extinto.
Esses elefantes eram treinados e guiados por seres humanos (Mahout) para o combate, como verdadeiros "tanques de guerra" primitivos, incrementados com diversas armaduras leves e pesadas e muitas vezes transportavam em suas costas pequenas cabines (Howdah) contendo arqueiros ou lanceiros. Eles eram reunidos em Elefantarias, que eram unidades de cavalaria contendo soldados montados em elefantes. Seus principais atributos eram avançar para cima dos inimigos, pisando-os e quebrando suas fileiras defensivas, provocando imenso terror no exército inimigo.
O uso de espécies de elefantes em combates foi realizado por diversas civilizações, sendo primeiramente empregados com maestria na Índia, onde foram responsáveis por resistir ao avanço das tropas de Alexandre "O Grande" da Macedônia, principalmente por causarem pânico nos cavalos que eram umas das principais armas de Alexandre e depois foram adotados por todo o sul da Ásia e oeste do Mediterrâneo. Seu uso mais famoso no Ocidente foi pelo general grego Pirro de Épiro e pelo general de Cartago Hannibal.
Entretanto o uso de elefantes em campo de batalha foi se reduzindo conforme sua disponibilidade na natureza foi diminuindo. No caso do Elefante Sírio (E. m. asurus), a subespécie foi utilizada pelo homem, incluído a caça para uso do marfim (os antigos sírios artesãos usavam os dentes dos elefantes para fazer esculturas de marfim, durante o primeiro milênio antes de crsito a produção de itens de marfim estava em seu auge), até não restar mais nenhum exemplar, levando a espécie a extinção.
Há 7,3 milhões de anos atrás ocorreu a divisão entre os gêneros Loxodonta africano e Elephas asiático (Maglio, 1973). O gênero Elephas se espalha pela Ásia dando origem ao Elefante Asiático (Elephas maximus) ao se espalhar pelo sul da Ásia geram 5 sub-grupos: o Elefante indiano (Elephas maximus indicus) que é a subespécie mais abundante ocupando a região da Índia, o Elefante do Ceilão (E. m. maximus) que possuí o maior tamanho, alcançando os 3 metros de altura e habita a ilha do Sri Lanka, o Elefante de Sumatra (E. m. sumatrensis) que possuí pequeno tamanho, cerca de 2 metros de altura e é nativo da ilha de Sumatra, o Elefante da Malásia (E. m. borneensis) que é a menor de todas as subespécies, cerca de 1,7 metros de altura e é restrito ao noroeste da ilha de Bornéu (estudos genéticos mostraram que esta população se separou das outras subespécies há cerca de 300 mil anos atrás) e o Elefante Sírio ou Elefante de Guerra Sírio (E. m. asurus) que era a maior das subespécies de Elefantes asiáticos, chegavam a medir cerca de 3,5 metros de altura. Era considerada a melhor para se utilizar em guerras antigas pelos exércitos asiáticos, em comparação ao Elefante de guerra africano (L. c. pharaoensis).
Durante o Pleistoceno, alguns elefantes do gênero Elephas, provocaram o declínio e o desaparecimento das espécies africanas que se encontravam em seu auge, L. adaurora e L. atlantica, esse declínio coincide com o aparecimento na África de duas espécies vindas da Ásia e parentes próximas dos elefantes asiáticos (Elephas recki e Elephas iolensis) e após o desaparecimento do gênero Elephas da África no final do período Pleistoceno, L. africana se tornou a única espécie conhecida de elefante no continente africano.
As espécies do gênero Elephas ao encontrar climas frios do norte asiático e europeu se adaptou dando origem ao gênero Mammuthus há cerca de 6,0 a 5,0 milhões de anos atrás. O gênero Mammuthus dominou facilmente os ambientes frios no norte do planeta, chegando facilmente a Europa e América do Norte, chegando até a habitar climas quentes próximos aos equatoriais.
Os Elefantes Sírios são freqüentemente mencionados na história helenística, os reis selêucidas mantinham numerosos exércitos de elefantes de guerra. Estes elefantes em sua maioria eram elefantes indianos (E. m. indicus) que haviam sido adquiridos pelos reis selêucidas durante suas expansões orientais, além disso, existem diversos relatos de reis selêucidas (por exemplo Seleuco I, Nicator e Antíoco III) que importaram um grande número de elefantes da Índia. Com certeza este fato auxiliou no declínio da população de Elefantes Sírios, pois além de competirem com os poucos que restavam, o cruzamento entre as subespécies, pode ter assimilado o genes dos E. m. asurus no E. m. indicus.
Dados do Mamífero: Nome: Elefante de Guerra Sírio ou Elefante Sírio Nome Científico:Elephas maximus asurus Época: Holoceno Local onde Viveu: Oriente Médio Peso: 8,0 toneladas Tamanho: 3,6 metros de altura Alimentação: Herbívora
Classificação científica: Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Mammalia Infraclasse: Placentalia Ordem: Proboscidea Família: Elephantidae Subfamília: Elephantinae Gênero: Elephas Espécie:Elephas maximus (Linnaeus, 1758) Subespécie:Elephas maximus asurus (Deraniyagala, 1950)
Sinônimos:
- Elephas maximus
Referências:
- Choudhury, A., Lahiri Choudhury, DK, Desai, A., Duckworth, JW, Easa, PS, Johnsingh, AJT, Fernando, P., Hedges, S., Gunawardena, M., Kurt , F., Karanth, U., Lister, A., Menon, V., Riddle, H., Rubel, A. & Wikramanayake, E. (2008). Elephas maximus . In: IUCN 2008. IUCN Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. Retirado em 28 de outubro de 2008.
- Deraniyagala, Elephas maximus , o elefante od Ceilão, Spolie zeylanica , 26 (1951) 161.
- Gabriel, Richard A.; (2011). Hannibal: The Military Biography of Rome's Greatest Enemy. Potomac Books.
- Kistler, John M.; (2006). War Elephants. Westport, CT: Praeger; pp 122-123.
- Lori S. Eggert, Caylor A. Rasner and David S. Woodruff, The evolution and phylogeography of the African elephant inferred from mitochondrial DNA sequence and nuclear microsatellite markers, The Royal Society, 2002.
- Maglio, V. 1973 Origin and evolution of the Elephantidae. Trans. Am. Phil. Soc. 63, 1–149.
- Martin, C. 1991 The rainforests of West Africa: ecology, threats, conservation. Basel, Switzerland: Birkha user.
- Tassy, P. 1995 Les proboscidiens (Mammalia) fossiles du rift occidental, Ouganda. In Geology and palaeobiology of the Albertine Rift Valley, Uganda-Zaire. II. Palaeobiology (ed. B. Senut & M. Pickford), pp. 217–257. Orleans, France: CIFEG.
- Wilford, John Noble (September 18, 1984). "THE MYSTERY OF HANNIBAL'S ELEPHANTS". New York Times.
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