A Tartaruga gigante de Madagascar (Aldabrachelys abrupta) foi uma tartaruga terrestre de enorme
proporções que viveu até cerca de 750 anos atrás (no ano 1200 d.C.) durante o
Holoceno na Ilha
de Madagascar, no Oceano Indico próximo a costa leste da África.
Essa enorme tartaruga podia atingir cerca de 1,45 metros de comprimento curvilíneo de carapaça,
1,15 metros de comprimento linear de carapaça e 0,79 metros de largura da carapaça, pesando cerca
de 230 quilogramas. Os machos eram maiores que as fêmeas e ambos podiam viver mais de 100 anos.
Se alimentavam de folhas, frutas, caules de cactos, sementes e até carniça. Tudo que fosse
comestível era aproveitado por elas.
Sua extinção foi causada devido a intervenção humana na Ilha de Madagascar. A ilha foi colonizada
por malaio-polinésios há dois mil anos atrás, que introduziram o cultivo da banana, fruta-pão, coco, cana-de-açúcar,
araruta, arroz e inhame, prejudicando de forma intensa o estilo de vida das tartarugas. A partir do século X começam
a migrar povos africanos e comerciantes árabes. Em 1500 o navegador português Diogo Dias batiza a ilha de São Lourenço.
Os franceses fundam em 1643 Fort Dauphin, atual Toliara no extremo sul da ilha, que servia como base de proteção às
possessões francesas nas Ilhas Reunião. Em 1885 a França transformou Madagascar em protetorado e, em 1896, em colônia.
A independência foi obtida em 1960. Durante este último período, após a chegada dos Europeus, é que se acredita que
ocorreu a extinção da espécie.
Apenas 3 restos de espécimes são conhecidos e foram datados utilizando a técnica do carbono 14, sendo
o mais jovem, datado de 750 ± 370 anos atrás (1200 ± 370 anos d.C. ou de 830 a 1570 d.C., Burleigh and Arnold 1986), o segundo
de idade intermediária, foi datado de 1910 ± 120 anos atrás (40 ± 120 anos d.C. ou de 80 a.C. a 160 d.C., Mahé and Sourdat
1972) e o terceiro e mais velho, foi datado de 2035 ± 35 anos atrás (85 ± 35 anos a.C. ou de 120 a 50 a.C., Burleigh et
al. 1982).
Dados do quelônio: Nome: Tartaruga gigante de Madagascar ou Madagascar Giant Tortoise Nome Científico:Aldabrachelys abrupta Época: Holoceno Local em que viveu: Ilha de Madagascar Peso: Cerca de 230 quilogramas Tamanho: 1,15 metros de comprimento linear de carapaça Alimentação: Onívora
Referências:
- Anders G.J. Rhodin, Scott Thomson, Georgios L. Georgalis, Hans-Volker Karl, Igor G. Danilov, Akio Takahashi, Marcelo S.
de la Fuente, Jason R. Bourque, Massimo Delfino, Roger Bour, John B. Iverson, H. Bradley Shaffer, Peter Paul van Dijk,
"Turtles and Tortoises of the World During the Rise and Global Spread of Humanity: First Checklist and Review of Extinct
Pleistocene and Holocene Chelonians", Chelonian Research Monographs (ISSN 1088-7105) No. 5, doi:10.3854/crm.5.000e.fossil.
checklist.v1. 2015.
- Arnold, E.N. 1979. Indian Ocean giant tortoises: Their systematics and island adaptations. Philosophical
Transactions of the Royal Society of London: B. Biological Sciences 286(1011):127-145.
- Gerlach, J. 2004. Giant tortoises of the Indian Ocean. The genus Dipsochelys inhabiting the Seychelles Islands
and the extinct giants of Madagascar and the Mascarenes. Edition Chimaira, Frankfurt, 208 pp.
- Gerlach, J. & Canning, K.L. 1997. Evolution and history of the giant tortoises of the Aldabra island group.
Testudo 4(3):33-40.
- Gerlach, J. & Canning, K.L. 1998. Taxonomy of Indian Ocean giant tortoises (Dipsochelys). Chelonian Conservation
and Biology 3(1):3-19.
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