Charles Robert Darwin foi um naturalista e geólogo britânico que nasceu em Shrewsbury, no dia 12 de fevereiro de 1809 e faleceu em Downe, Kent, no dia 19 de Abril de 1882. Ele foi responsável por convencer a comunidade científica da ocorrência da evolução e propor uma teoria para explicar como ela ocorre por meio da seleção natural das espécies. Darwin inicialmente foi estudar medicina na Universidade de Edimburgo, entretanto desistiu da carreira ao conhecer melhor os métodos medicinais utilizados na época, criando aversão a esses tratamentos. Na universidade, aprendeu taxidermia, se tornou ativo participante de sociedades estudantis para naturalistas e foi pupilo de Robert Edmond Grant, um pioneiro no desenvolvimento das teorias de Jean-Baptiste Lamarck e do seu avô Erasmus Darwin sobre a evolução de características adquiridas das espécies. Estudou geologia estratigráfica no curso de história natural de Robert Jameson e ajudou em trabalhos nas grandes coleções do Museu da Universidade de Edimburgo.
Em 1827 o pai de Charles Darwin, o médico Robert Darwin, decepcionado com a falta de interesse de Charles Darwin pela medicina, matriculou-o em um curso de bacharelado em artes na Universidade de Cambridge, para que ele se tornasse um clérigo e pudesse ter uma vida confortável e continuar estudando na área naturalista, pois "explorar as maravilhas da criação de Deus" era muito comum para os clérigos. Durante o curso ele aproveitou para estudar história natural, conhecer professores, pesquisadores e realizar viagens de estudo geológico onde ele aproveitava para estudar e praticar naturalismo. Viajou para o País de Gales, Ilha da Madeira e América do Sul, sendo está última uma expedição de quase cinco anos a bordo do barco inglês HMS Beagle que teria profundo impacto em muitas áreas da Ciência e confirma a sua carreira como naturalista.
Após a viagem a América do Sul, em especial a visita ao arquipélago de Galápagos, Charles Darwin passou a escrever sobre todos os seus achados e supervisionou a preparação dos vários volumes da obra "Zoologia" que deveriam descrever as suas coleções. Ele já estava convencido da ocorrência da evolução nas espécies, entretanto sempre esteve consciente de que a ideia de transmutação de espécies era vista como uma blasfêmia e a publicação de suas ideias poderia significar a demolição de sua reputação como cientista. Dessa forma, ele começou a fazer experimentos minuciosos com plantas e comparar a seleção natural com a seleção artificial que criadores faziam em seus de animais para melhoramento das raças. Em 1842 Darwin escreveu um pequeno texto esboçando a sua teoria e em 1844, expandiu esse texto para um documento de 240 páginas intitulado "Ensaio".
Na primavera de 1856, Lyell (um cientista amigo de de Darwin) leu um artigo sobre a evolução de espécies escrito por Alfred Russel Wallace, um naturalista trabalhando em Bornéu e verificou a similaridade entre este trabalho e o de Darwin, e pressionou Darwin para que publicasse o quanto antes a sua teoria, para estabelecer precedência. Apesar de sua doença, Darwin iniciou o livro de três volumes intitulado "Seleção Natural" ("Natural Selection"), obtendo espécimes e informações de naturalistas como Asa Gray e o próprio Wallace.
Wallace e Darwin começaram uma grande interação troca de informações e em 1858 quando o livro de já estava com 250 mil palavras, Wallace enviou o artigo em que aquele descrevera o mecanismo evolutivo que concebera para Darwin e Lyell avaliarem, entretanto Wallace não solicitou a publicação, apenas foi realizada uma apresentação conjunta a trechos de um artigo, que Darwin havia escrito em 1844, na Lynnean Society, do artigo intitulado "Sobre a Tendência das Espécies de formarem Variedades; e sobre a Perpetuação das Variedades e Espécies por Meios Naturais de Seleção" (On the Tendency of Species to form Varieties; and on the Perpetuation of Varieties and Species by Natural Means of Selection). Essa apresentação não recebeu grande atenção do meio científico, restando a Darwin realizar um esforço e finalizar seu livro "Sobre a origem das espécies por meio de seleção natural" (On the Origin of Species by Means of Natural Selection) em 1859.
O livro foi um sucesso e se esgotou rapidamente, Darwin evitou usar as palavras "evolução" ou "evoluir" pois o termo "evolucionismo" implicava criação sem intervenção divina, utilizou apenas essa frase no final, "um número incontável das mais belas e maravilhosas formas evoluíram e estão evoluindo" e o livro só mencionava brevemente a ideia de que seres humanos também deveriam evoluir tal qual os outros seres vivos, estando escrito de forma propositada "luz será lançada no tocante à origem do homem e sua história".
Referências:
- Darwin, Charles (1839). Narrative of the surveying voyages of His Majesty's Ships Adventure and Beagle between the years 1826 and 1836, describing their examination of the southern shores of South America, and the Beagle's circumnavigation of the globe. Journal and remarks. 1832–1836. III. London: Henry Colburn. Retrieved 24 October 2008.
- Darwin, Charles; Wallace, Alfred Russel (1858). "On the Tendency of Species to form Varieties; and on the Perpetuation of Varieties and Species by Natural Means of Selection". Journal of the Proceedings of the Linnean Society of London. Zoology 3 3 (9): 46–50. doi:10.1111/j.1096-3642.1858.tb02500.x
- Darwin, Charles (1859). On the Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life (1st ed.). London: John Murray. ISBN 1-4353-9386-4. Retrieved 24 October 2008.
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