O Australopithecus prometheus cujo nome tem origem no Titã grego Prometheus, que roubou o fogo dos deuses para dar-lo aos homens e "Australopithecus" tem origem no Latim australis "do sul" e no Grego pithekos "macaco", é um primata que viveu há aproximadamente entre 3,8 a 3,5 milhões de anos atrás durante o Plioceno na África do Sul.
O espécime STW 573 que foi apelidado de "Little Foot" ou "pé pequeno", devido ao tamanho do pé comparado com outros Australopithecus, é um dos mais bem preservados e completos achados fósseis de possível ancestral evolutivo humano. É também um dos mais antigos esqueletos de hominídeos já datados até o momento.
Os Australopithecus prometheus possuíam uma postura bípede, ereta ou semi reta, sendo tão ágil em terra como nas árvores, pois se verifica que possuíam pernas proporcionalmente curtas e braços longos, os ossos das mãos e pés eram curvos e existem diferenças sutis nos ossos do quadril quando comparados aos hominídeos bípedes posteriores. Chegavam a medir entre 1,3 metros de altura e peso de 30 quilogramas para fêmeas e 1,5 metros de altura e peso de 45 quilogramas para machos, sendo os machos claramente maiores que as fêmeas. Possuíam o tamanho do cérebro variando entre 350 a 550 cm cúbicos, um pouco maior que o cérebro de um chimpanzé moderno.
O nome "prometheus" referência uma ocorrência de 1948, quando o pioneiro da paleoantropologia Raymond Dart classificou um hominídio encontrado em Makapansgat, na África do sul, como Australopithecus prometheus, devido a coloração negra dos restos fósseis, Dart pensou que os fósseis tinham origem em ossos queimados e interpretou que os australopithecos já dominavam o fogo, fato este que não era verdadeiro, pois os ossos haviam escurecido devido a presença de magnésio.
Os restos fósseis compostos basicamente de ossos dos pés foram descobertos pelo paleontólogo sul africano Ron J. Clarke e sua equipe em 1994 em uma caverna em Sterkfontein, em Johanesburgo, na África do Sul. Seu esqueleto quase completo somente foi descoberto 13 anos depois, após uma escavação minuciosa realizada no local do primeiro achado. Provavelmente uma queda mortal de 20 metros de altura sepultou "Little Foot" no fundo da caverna de Sterkfontein. Esta caverna possuí uma das maiores coleções de fósseis de Australopithecus em todo o mundo, bem como um conjunto de ferramentas de pedra das mais antigas conhecidas da África do Sul. As técnicas utilizadas para datar esse achado geraram resultados controversos e pouco precisos, variando entre 2 a 4 milhões de anos atrás, com uma média de 3 milhões de anos atrás.
Foi então reunida uma equipe de especialistas: Darryl Granger, da Universidade de Purdue, Ron Clarke e Kathleen Kumán da Universidade de Witwatersrand (África do Sul), Ryan J. Gibbon, da Universidade de New Brunswick (Canadá) e Laurent Bruxelles, da Universidade de Toulouse (França), para através de uma nova técnica, mais precisa desenvolvida pela NASA, chamada de "isochron burial dating", verificar a idade mais provável dos restos. Este método envolve medir os índices de diferentes isótopos dos elementos alumínio e berílio nas rochas circundantes do fóssil. Os isótopos alumínio-26 e berílio-10 só são criadas quando as rochas estão expostas a raios cósmicos. Quando a rocha vão para o subsolo, os átomos começam o decaimento radioativo ou a decomposição, a uma velocidade conhecida, a qual é assumida como sendo constante. Ao olhar para as relações entre estes isótopos, os cientistas podem, portanto, estimar quanto tempo uma amostra permaneceu enterrada. De acordo com essa técnica, Little Foot tem cerca de 3.670.000 anos de idade, com uma margem de erro de 160.000 anos e as ferramentas de pedra encontradas na mesma caverna foram datadas de 2.180 mil anos de idade com margem de erro de 210.000 anos.
Provável som que ele emitia:
Dados do Primata: Nome: Australopithecus prometheus Nome Científico:Australopithecus prometheus Época: Plioceno Local onde viveu: África Peso: Cerca de 50 quilogramas Tamanho: 1,5 metros de altura Alimentação: Onívora
Referências:
- Clarke, R.J. and P.V. Tobias (1995). Sterkfontein Member 2 foot bones of the oldest South African hominid. Science 269, 521–524.
- Clarke, R.J. (1998). First ever discovery of a well-preserved skull and associated skeleton of an Australopithecus. South African Journal of Science, 94; 460–463.
- Clarke, R.J., (2008) "Latest information on Sterkfontein's Australopithecus skeleton and a new look at Australopithecus"; South African Journal of Science, Vol 104, Issue 11 & 12, Nov / Dec, 2008, 443–449.
- Darryl E. Granger, Ryan J. Gibbon, Kathleen Kuman, Ronald J. Clarke, "New cosmogenic burial ages for Sterkfontein Member 2 Australopithecus and Member 5 Oldowan", Laurent Bruxelles & Marc W. Caffee, Nature (2015) doi:10.1038/nature14268. (http://www.nature.com/nature/journal/vaop/ncurrent/full/nature14268.html)
® Atlas Virtual da Pré-História - AVPH.com.br | Conteúdo sob Licença Creative Commons | Política de Privacidade | Termos de Compromisso | Projeto: AVPH Produções
Obs.: Caso encontre alguma informação incoerente contida neste site, tenha alguma dúvida ou queira alguma informação adicional é só nos mandar um e-mail. Tenha uma boa consulta !!!.