O Australopithecus afarensis cujo nome tem origem no
local onde foi encontrado, a Depressão de Afar, é um primata que viveu há aproximadamente
entre 3,9 a 3,0 mihões de anos atrás durante o Plioceno na atual Etiópia. Esse longo período
de tempo, quase 1 milhão de anos, em que essa espécie prosperou demonstra que obteve grande
sucesso e adaptação ao meio.
Em 1970 Donald Johanson encontrou um joelho em Afar na
Etiópia na região de Hadar. Foi efetuada uma sucessão de descobertas espetaculares incluindo
uma articulação do joelho, o esqueleto famoso denominado de Lucy (AL 288-1) e os restos de
um grupo familiar, levando o A. afarensis a ocupar um lugar de destaque na árvore genealógica
dos hominídeos. Além dessa descoberta, em 1974, novas descobertas foram realizadas por Mary
Leakey e sua equipe, no extremo sul da Etiópia, no local de Laetoli, na orla da Serengeti da
Tanzânia, onde foram encontrados traços fósseis de pegadas de centenas de animais, conservados
em uma camada de cinzas que foi datado em 3,6 milhões de anos atrás, entre essas pegadas de
animais foram encontradas cerca de 70 pegadas de hominídeos que caminhavam em duas pernas.
Em 1978 a espécie foi descrita por Tim White e Don Johanson. Atualmente foram já encontrados
mais de 400 fragmentos desta espécie pertencentes a mais de 300 indivíduos, todos na região
norte do Grande Vale do Rift, incluindo fósseis masculinos e femininos, adultos e jovens.
Uma das características marcantes dessa espécie é o tamanho
de seu cérebro, que variava entre 380 a 550 cm cúbicos, sendo um pouco maior que o cérebro de
um chimpanzé moderno. O crânio é caracterizado por uma face prognática (saliente), os músculos
da mandíbula eram muito grandes, como evidenciado pelas grandes cristas no crânio.
Possuíam postura bípede, ereta ou semi reta, passando pequenos
períodos de tempo escalando árvores, pois verifica-se que ainda possuíam pernas proporcionalmente
curtas e braços longos, ossos curvos das mãos e pés, e as diferenças sutis nos ossos do quadril
quando comparados aos hominídeos posteriores. Chegavam a medir entre 1,3 metros de altura e peso
de 30 kilogramas para fêmeas e 1,5 metros de altura e peso de 45 quilogramas para machos, sendo os
machos claramente maiores que as fêmeas, possuindo também caninos maiores.
As primeiras ferramentas de pedra foram encontrados em um local
chamado Gona, na Etiópia em 1994, através de datação radiométrica chegou-se ao resultado de 2,6
milhões de anos de idade, mas nenhum resto de hominídeo foi encontrado junto das ferramentas, não
podendo identificar com certeza qual a espécie de hominídeo era o utilizador, especula-se que tenham
sido utilizadas por A. afarensis. Alguns anos antes, ferramentas de pedra tinham sido descobertas em
Olduvai, onde restos de várias espécies de Australopithecus e Homo estavam presentes, os mesmos
foram datados de cerca de 2 milhões de anos atrás. Porém novamente não consegui-se confirmar se um
Australopithecus ou um Homo teria utilizado essas ferramentas, mas acredita-se que fosse necessário
um tamanho de cérebro ligeiramente maior para a utilização de ferramentas. Porém foram encontradas
novas ferramentas em 2009, contestando essas teorias, sendo um osso de antílope e outro de bovino,
os quais possuíam marcas estriadas realizadas por ferramentas de pedras, que indicam o uso da pedra
para raspar a carne dos ossos e fratura para extração da medula, os ossos foram encontrados em Dikika,
na Etiópia e foram datados com uma idade de 3,4 milhões de anos atrás, sendo que a única espécie
conhecida a habitar essa região nesse período foram os A. afarensis.
Uma questão importante é fazer a distinção entre confeccionar e
utilizar ferramentas de pedra, usar uma pedra de formato natural como ferramenta ocorre atualmente
com diversas espécies animais, porém confeccionar uma ferramenta, moldando a pedra para usos
particulares, exige uma capacidade intelectual mais avançada, as quais somente foram desenvolvidas
milhões de anos depois.
Provável som que ele emitia:
Dados do Primata: Nome: Australopithecus afarensis Nome Científico:Australopithecus afarensis Época: Plioceno Local onde viveu: África Peso: Cerca de 45 quilogramas Tamanho: 1,5 metros de altura Alimentação: Onívora
Paleoilustrador:
- John Gurche - Reconstruction based on AL444-2 for the Human Origins Program, NMNH.
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