O Arctotherium angustidens ou Urso gigante de cara achatada,
viveu há aproximadamente entre 2 milhões a até 500 mil anos atrás durante o final do Plioceno e o Pleistoceno
na América do Sul.
Seus ancestrais, os Ursos de cara achatada norte americanos Arctodus pristinus
e Arctodus simus migraram para o sul após a formação da ponte de terra entre as Américas, há
cerca de 2,6 milhões de anos atrás, se tornando ainda maiores, devido a grande disponibilidade de
presas de médio e grande porte e a ausência de concorrentes, carnívoros de grande porte.
O Arctotherium angustidens podia medir cerca de 2,3 metros de altura nos ombros
apoiado nas 4 patas e quando em pé podia atingir quase 4,5 metros de altura, chegando a pesar 1,6 toneladas,
sendo considerado o maior carnívoro mamífero terrestre conhecido. Seus caninos podiam chegar a medir quase 10
centímetros de comprimento, que serviam para agarra e rasgar a carnes de suas presas. E seus molares robustos
eram próprios para quebrar ossos, possibilitando se alimentar dos tutanos dos ossos.
Os restos fósseis foram desenterrados durante a construção de um hospital na cidade
de La Plata, Argentina. O Urso Gigante de cara achatada foi o membro mais antigo e maior de seu gênero.
Seu parente vivo mais próximo é o atual Urso de óculos (Tremarctos ornatus) da América do Sul.
Esta espécie de urso provavelmente tinha uma dieta onívora, porém com predominância
de carne, pois a megafauna da época provavelmente desempenhou um papel importante em sua alimentação e
potencialmente incluía preguiças gigantes, mastodontes, camelos, antas, tatus e gliptodontes. Sendo
a caça ativa foi sua estratégia principal de alimentação, porém seu imenso tamanho e força o permitia
lutar por presas caçadas por outros carnívoros e roubar as mesmas. Alimentar-se de carniça também seria
uma opção pois para manter esse enorme tamanho, o Urso Gigante de cara achatada teria que alimentar de
grandes quantidades frequentemente.
A análise dos restos fósseis encontrados sugerem que o exemplar foi um macho de idade
avançada, que sobreviveu a uma série de lesões graves durante a vida. Isto pode indicar que o mesmo
viveu diversas batalhas com outros machos, disputando fêmeas, alimento e território, pois nesse período
não existiam predadores grandes o suficiente que se conheça para efetuar tais ferimentos. A espécie se
tornou extinta depois que outros carnívoros, como o tigre dente de sabres e a onça, evoluíram e se
diversificaram na América do Sul.
Em 2018, paleontólogos argentinos encontraram mais restos fósseis de um desses Urso
Gigante de cara achatada em uma pedreira nos arredores de San Pedro, na província de Buenos Aires. Dessa
vez era um macho jovem, de cerca de 800 quilogramas, onde se recuperou o crânio e a mandíbula em excelente
estado de conservação, contendo caninos de 6 centímetros de comprimento. Os restos foram encontrados por
operários da empresa proprietária da pedreira, se encontrava a 9 metros de profundidade, em uma área que
provavelmente era um pântano. O estudo foi conduzido por Leopoldo Soibelzon, pesquisador do Museu de La
Plata e do Conicet.
Dados do mamífero: Nome: Arctotherium Nome Científico:Arctotherium angustidens Época: Pleistoceno Local onde viveu: América do Sul Peso: Cerca de 1,6 toneladas Tamanho: 2,3 metros de altura nos ombros Alimentação: Onívora
Referências:
- Soibelzon, L. H.; Tonni, E. P.; Bond, M. (October 2005). "The fossil record of South American
short-faced bears (Ursidae, Tremarctinae)". Journal of South American Earth Sciences 20.
® Atlas Virtual da Pré-História - AVPH.com.br | Conteúdo sob Licença Creative Commons | Política de Privacidade | Termos de Compromisso | Projeto: AVPH Produções
Obs.: Caso encontre alguma informação incoerente contida neste site, tenha alguma dúvida ou queira alguma informação adicional é só nos mandar um e-mail. Tenha uma boa consulta !!!.