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Evolução dos Anfíbios

    Os primeiros anfíbios se desenvolveram durante o úmido e quente período Devoniano, há aproximadamente 370 milhões de anos atrás. Quando muitos lagos se transformaram em pântanos, pobres em oxigênio, sufocando os animais aquáticos. Foi justamente neste período que uma ordem de peixes ósseos chamada Ripidístia desenvolveram traços que incluíam barbatanas musculares apoiadas em ossos, semelhantes ao celacanto moderno e pulmões, que se adaptavam bem a esses habitats lamacentos, auxiliando na locomoção e na respiração fora d'água, podendo assim se locomover em terra em busca de novas poças d'água se fosse necessário.

    Gradualmente, talvez atraído pelas presas de terra firme ou impulsionados pelas secas, peixes como o Eusthenopteron aprenderam a se deslocar desajeitadamente em terra, dessa forma, acredita-se que suas nadadeiras ósseas evoluíram para membros e eles se tornariam os ancestrais de todos os tetrápodes, incluindo anfíbios modernos, répteis, aves e mamíferos. No entanto, esses peixes demorariam muito tempo para completar esse percurso, pois ainda passavam a maior parte de seu tempo na água e respiravam predominantemente ainda utilizando as brânquias.

    O primeiro anfíbio primitivo conhecido, foi o predador chamado Ichthyostega, que era um vertebrado que possuía narinas e pulmões mais eficientes, tinha quatro membros resistentes, um pescoço, uma cauda com nadadeiras e um crânio muito semelhante ao do peixe Eusthenopteron, ele ficava à vontade tanto na água quanto na terra, acredita-se que tenha sido um descendente desses peixes pulmonados.

    Depois disso os anfíbios evoluíram adaptações que permitiram que eles ficassem fora da água por longos períodos, seus pulmões se tornaram mais eficientes na obtenção de oxigênio e seus esqueletos se tornaram mais densos e fortes, capazes de suportar pesos corporais maiores em terra e dessa forma, se espalharam rapidamente por todas as regiões equatoriais da Terra. Desenvolveram as quatro patas ("mãos" e "pés") com cinco ou mais dígitos (dedos), a pele se tornou mais grossa e escamosa, dificultando assim a perda de água. O osso chamado de hyomandibula dos peixes (região do hióide por trás das brânquias) diminuiu de tamanho e tornou-se o estribo do ouvido anfíbio, que era uma adaptação necessária para ouvir em terra seca.

    No início do Carbonífero, há cerca de 345 milhões anos atrás, o clima se tornou muito úmido e quente, provocando o aparecimento de grandes área pantanosas com grande quantidade de musgos e samambaias, onde diversos artrópodes já estavam vivendo de forma bem adaptada ao ambiente terrestre. Os anfíbios então se aproveitaram dessa fonte alimento (os artrópodes) e acabaram se adaptando de vez ao "estilo de vida anfíbio" (metade do tempo de vida na água e a outra metade em terra) que permanece até os dias atuais. Neste período os anfíbios estavam no topo da cadeia alimentar, reinando sobre a Terra. Durante este reinado eles ocuparam diversos nichos ecológicos, variando de pequenos habitantes de lagoas á enormes predadores de planícies úmidas.

    Entretanto umas das dificuldades que persistem até os dias atuais, limitava e sempre limitou a ocupação anfíbia ao ambiente terrestre, foi o fato de não possuírem "ovos com casca", necessitando assim, retornar sempre a água para colocar seus ovos e passar pela fase larval, totalmente aquática, devido a respiração nessa fase ser efetuada através de brânquias, como se fosse uma fase ancestral similar aos peixes. Um fato determinante para a ocupação definitiva dos ambientes terrestre foi o desenvolvimento do ovo amniótico (onde os embriões são rodeados por uma membrana amniótica, que auxilia no desenvolvimento embrionário evitando assim o estágio larvar seguido de metamorfose) e as grandes vantagens que esse sistema trouxe foram a presença da casca do ovo com uma dureza razoável, entretanto porosa, uma alantóide que facilita a respiração e providencia um reservatório para os produtos de excreção e os rins e parte do intestino que conseguem reter uma quantidade apreciável de água, possibilitando assim sobreviver em ambientes mais secos e permitindo que os répteis se reproduzissem em terra, o que levou à sua posição dominante no período seguinte.

    Durante o final do Carbonífero e início do Permiano (há 280 milhões de anos atrás), os anfíbios começaram a perder seu reinado devido o surgimento dos répteis. Esse declínio foi severamente acelerado pela devastação ocorrida no final do Permiano (há 245 milhões de anos atrás), quando ocorreu um gigantesco processo de extinção em massa. Iniciando então o período Triássico, onde os répteis começam sua ascensão e dentre os répteis surgem os primeiros dinossauros, grupo de animais que dominariam os próximos milhões de anos, levando os anfíbios a uma redução no tamanho e na sua importância na biosfera.

    Há única linhagem sobrevivente que inclui todos os anfíbios modernos é a Lissamphibia, que é uma sub-classe de cordados que integra todos os anfíbios atuais, esse grupo evoluiu durante o período Triássico (pererecas, rãs e sapos) e Jurássico (gimnofionos, salamandras e tritões). Os anfíbios viventes pertencem a uma de três ordens - Anura (rãs e sapos), Caudata ou Urodela (salamandras e tritões) e Gymnophiona ou Apoda. Apesar de não existirem informações precisas sobre os ancestrais de cada um destes grupos, todos partilham algumas características comuns, que indicam uma evolução a partir de um ancestral comum. A descoberta de uma espécie do Permiano (Gerobatrachus hottoni) mostrou que rãs e salamandras tem um ancestral comum que data de cerca de ±290 milhões de anos atrás que provavelmente se ramificou dos grupos extintos Temnospondyli e Lepospondyli antes da separação do supercontinente Pangea e logo após a sua divergência com os peixes.

   Como os anfíbios evoluíram a partir de peixes, tiveram que se adaptar de forma espetacular para viver em terra, na água os impulsos para os lados de suas caudas os impeliam para a frente, mas em terra esse mecanismo não auxiliava muito, sendo necessário desenvolver novos meios de locomoção. Suas colunas vertebrais, membros e musculatura necessitaram se tornar fortes o suficiente para impulsioná-los pela terra, se adaptando a esses novos meios de locomoção, que necessitavam vencer os dos artrópodes para que pudessem se alimentar deles. Os adultos já em terra, tiveram que descartar seus sistemas sensoriais de linha lateral e adaptarem eles para receber estímulos através do ar. Foram necessárias diversas adaptações para poder regular o calor do corpo para lidar com as flutuações na temperatura ambiente (o sistema de controle de temperatura corporal homeotérmico ou endotérmico só seria desenvolvido milhões de anos depois pelas aves e mamíferos). Tiveram que aptar parcialmente seus sistema reprodutivos, pois ainda necessitavam de água para isso e as peles sofreram enormes adaptações aos raios ultravioleta e para evitar a perda excessiva de água, pois no ambiente aquático essas necessidades não existiam e a própria água absorvia a maior parte dos raios ultravioleta. Esse conjunto de adaptações os tornaram magníficos sobreviventes, merecedores do status que ocupam atualmente em nosso Planeta.

Veja na tabela abaixo os animais catalogados desse grupo:

Acanthostega
Cacops
Eryops
Ichtyostega
Koolasuchus
Metopossauro
Referências:
- Carroll, RL (1988), Vertebrate Paleontology and Evolution, WH Freeman & Co.
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- Sahney, S., Benton, M.J. and Ferry, P.A. (2010). "Links between global taxonomic diversity, ecological diversity and the expansion of vertebrates on land" (PDF). Biology Letters 6 (4): 544–547. doi:10.1098/rsbl.2009.1024. PMC 2936204. PMID 20106856.
- Sahney, S. and Benton, M.J. (2008). "Recovery from the most profound mass extinction of all time" (PDF). Proceedings of the Royal Society: Biological 275 (1636): 759–65. doi:10.1098/rspb.2007.1370. PMC 2596898. PMID 18198148.
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- San Mauro, Diego; Vences, Miguel; Alcobendas, Marina; Zardoya, Rafael; Meyer, Axel (2005). "Initial diversification of living amphibians predated the breakup of Pangaea". The American Naturalist 165 (5): 590–599. doi:10.1086/429523. PMID 15795855.
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