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A Tartaruga Gigante de Aldabra é a 2ª maior espécie de tartaruga terrestre do mundo e habitam as 3 ilhas do Atol de Aldabra. O gênero Aldabrachelys, ao qual elas pertencem, compreende 4 subespécies, sendo que 3 delas se encontram extintas, restando apenas 3 atualmente, onde duas delas já foram extintas na natureza e graças a um projeto que buscou por Tartarugas em cativeiro pelo mundo e as juntou em uma reserva para reprodução e recuperação dessas espécies. Estas tartarugas gostam de áreas de alagadas, buscando as partes rasas de mangues da ilha para se banhar regularmente, porém para se alimentar preferem as áreas abertas, semelhantes às savanas, onde encontram seus alimentos preferidos compostos de vegetais rasteiros. A cabeça dessas tartarugas possuí uma forma arredondada e coloração cinza, a carapaça apresenta também cor cinza, porém mais escuro que a cabeça e os membros, nos jovens é facilmente visualizável os anéis de crescimento nos escudos da carapaça, sendo normalmente dois por ano, porém a medida que vão crescendo os anéis vão desaparecendo.O plastrão é de mesma cor que a carapaça. Saus patas são muito fortes e possuem escamas bem grandes de cor cinzas escuro. Os Machos atingem maiores tamanhos que as fêmeas, podendo chegar aos 1,40 metros de comprimento curvilíneo de carapaça e as fêmeas 1,20 metros de comprimento curvilíneo de carapaça, chegando os machos a pesar cerca de 160 quilogramas e as fêmeas 80 kilogramas. As caudas dos machos são mais largas e compridas do que a das fêmeas. A reprodução tem inicio de Fevereiro a Maio e em média desovam entre 4 e 25 ovos de 80 gramas em média cada por postura, que eclodem após 100 a 210 dias de incubação, em média 130 dias, que costuma ocorrer de Outubro a Dezembro. Os filhotes nascem pesando em torno de 30 gramas e crescem rapidamente nos primeiros anos de vida, passando a maior parte do dia em busca de alimentos para sustentar esse ritmo de crescimento. Sua dieta é vegetariana, baseada em folhas, frutas e legumes, principalmente vegetais fibrosos. Recomenda-se folhas de amora e hibiscos, almeirão, chicória, couve, serralhas, dentes de leão, alfafa, feno, cenouras, tomates, rações de tartarugas a base de vegetais, alfafa peletizada, entre outros. Pode-se oferecer carne ou rações de animais carnívoros (cães, gato ou tartarugas aquáticas) apenas uma vez ao mês, pois na natureza costumam se alimentar de carcaças e outros restos de animais quando os encontram. As temperaturas máximas e mínimas recomendadas para mantenimento variam entre 31 e 22°C, abaixo dessa temperatura é recomendado o aquecimento dos animais. Apesar de seu enorme peso, esses animais ainda são capazes de nadar boas distâncias, flutuando na superfície com a cabeça e parte do casco acima da superfície, como na foto abaixo: A história evolutiva dessa espécie é ainda tema de muito estudo, pois existem diversas teorias a respeito. A teoria mais aceita é a de que algumas tartarugas migraram da África para Madagascar, provavelmente pertencentes ao gênero Astrochelys. Em Madagascar se acredita ter surgido o gênero Aldabrachelys que em seguida partiu colonizando as ilhas do Arquipélago de Seychelles (acredita-se que isso ocorreu a partir de Aldabrachelys abrupta). Outro ramo desse gênero partiu em direção as ilhas Maurícius, Reunião e Rodrigues, dando origem ao gênero Cylindraspis (acredita-se que isso ocorreu a partir de Aldabrachelys grandidieri). As Aldabrachelys se espalharam por Seychelles dando origem a 4 subespécies. As Tartarugas Gigantes de Aldabra (Aldabrachelys gigantea gigantea) ocuparam as ilhas de Aldabra, Assunção, Astove, Cosmoledo e Comores. Sendo a principal dificuldade enfrentada por elas, a baixa altitude das ilhas e sendo assim, durante os períodos interglaciais de aquecimento global, quando os níveis dos oceanos aumentam, essas ilhas submergem ficando vários metros abaixo do nível do mar. Apenas Comores possuí elevação suficiente para não ficar submersa. É estimado uma grande população de tartarugas para essas ilhas, cerca de 10 por hectare. Possuindo então nas ilhas as seguintes populações estimadas: Cosmoledo cerca de 4.570 tartarugas, Astove cerca de 6.610 tartarugas e Assunção cerca de 11.710 tartarugas. Esse evento ocorreu diversas vezes nos últimos anos. Há cerca de 138.000 anos atrás, as ilhas já eram ocupadas pelas Aldabrachelys gigantea e o nível do mar subiu eliminando toda a população de Aldabra e das ilhas vizinhas, apenas Comores manteve parte de sua população. Quando os níveis dos mares baixaram há aproximadamente 125.000 anos atrás, ocorreu a recolonização de todas as ilhas, facilitada pela curta distância entre as ilhas. Esse processo se repetiu novamente com a extinção ocorrendo há 100.000 anos atrás e a recolonização há 80.000 mil anos atrás. Há 50.000 anos atrás o evento de extinção voltou a ocorrer. Isso explica também como a mesma espécie de tartaruga gigante poderia ser extinta e recolonizar a mesma ilha , mesmo parecendo ser endêmica (naturalmente restrita) daquele atol e das outras ilhas menores próximas. As Tartarugas Gigantes de Seychelles (Aldabrachelys gigantea hololissa) ocuparam as ilhas de Seychelles, Cousine, Frégate, Mahé, Praslin, Silhouette, entre outras, entretanto foram extintas da natureza e sua população foi recuperada a partir de exemplares em coleções particulares e de zoológicos. As Tartarugas Gigantes de Arnold (Aldabrachelys gigantea arnoldi) ocuparam a ilha de Mahé, na região norte entretanto foram extintas da natureza e sua população foi recuperada a partir de exemplares em coleções particulares e de zoológicos. As Tartarugas Gigantes de Daudin (Aldabrachelys gigantea daudinii) ocuparam a ilha de Mahé, entretanto hoje se encontram extintas. No Brasil os únicos exemplares de Tartarugas Gigantes de Aldabra são mantidos no zoológico de São Paulo. O Zoológico de São Paulo possui 4 exemplares de Tartaruga Gigante de Aldabra (Aldabrachelys gigantea gigantea), sendo duas fêmeas adultas com aproximadamente 30 anos, que vieram de um zoológico da Austrália em 1991, e dois machos jovens que foram trazidos em 2010 do zoológico de Tulsa. Devido a diferença na maturidade sexual, ainda não ocorreram episódios de reprodução entre eles e com certeza este evento poderá demorar a ocorrer. As fêmeas apresentam entre 90 e 100 quilogramas e os machos 15 e 17 quilogramas. Em contato realizado com o local de origem, foi constatado que eles estão se desenvolvendo muito bem e a taxa de crescimento deles é excelente. O Zoológico de São Paulo acompanha o peso de todos os indivíduos a cada 6 meses e se notada alguma anomalia, são realizadas alterações na dieta dos animais. Este acompanhamento de peso periódico é justamente para poder agir rapidamente nos caso de anomalias. Explica a Bióloga Cybele Sabino Lisboa, Chefe do Setor de Répteis, Anfíbios e Invertebrados do Zoológico de São Paulo. A alimentação das Tartarugas Gigantes de Aldabra é diária, com jejum aos sábados e domingos e no inverno é reduzida a frequência de alimentação para 3 vezes por semana. A dieta é constituída basicamente de frutas, como mamão, banana, tomate, melancia e, principalmente, por verduras escuras. Por terem tendências herbívoras, recebem em pouca quantidade ração de cachorro como fonte de proteína animal. Eventualmente são oferecidos outros tipos de frutas ou folhas e flores de hibisco, assim como trilhas de cheiro como enriquecimento. Anomalias como piramidismo ou crescimento exagerado do bico córneo, normalmente estão associados a problemas nutricionais e sendo a dieta dessas tartarugas elaborada e balanceada adequadamente pelo zootecnista do zoológico, essas anomalias não estão presentes nessas tartarugas. As duas fêmeas adultas recebem condicionamento para se direcionarem à balança para que possam ser acompanhados os pesos sem necessidade de contenção. Com isso, se realizam apresentações didáticas mostrando este trabalho aos visitantes do Zôo. O condicionamento mantém os animais mais tranquilos e confiantes ao contato humano. Após ganhada essa confiança, elas gostam muito de receber carinho no pescoço e no casco. O recinto onde são mantidas as Tartarugas Gigantes de Aldabra é outdoor e bem amplo, possuindo mais de 200 m² de área, é constituído por um gramado, árvores para sombra, um tanque raso, uma toca com aquecimento e um lameiro. Esse lameiro foi construído por elas mesmas. Na época de chuva elas adoram passar bastante tempo no lameiro. Este recinto apresenta condições adequadas para manutenção dessa espécie e é bem parecido com outros zoológicos do exterior. O espaço e o tipo de substrato do recinto permitem manter bem o condicionamento físico delas, pois elas andam e gostam de explorar bastante o recinto. No inverno, além da dieta diferenciada, é efetuado um controle de temperatura onde os aquecedores das tocas são mantidos ligados e as próprias tartarugas acabam procurando o local aquecido para descansar. O controle da temperatura é realizado por termostato, sendo registrado as máximas e mínimas temperaturas diariamente. Em noites muito frias, as portas das tocas são fechadas para evitar queda de temperatura no interior das tocas. Como em São Paulo não ocorrem invernos muito severos, esse manejo de temperatura já é suficiente para manter o bem estar das tartarugas. As tartarugas não costumam hibernar. Em regiões mais frias, como nos zoológicos no norte do hemisfério norte, onde ocorrem nevascas, é necessário ter um recinto indoor durante o inverno. A sexagem de filhotes ou animais jovens, é possível através do número de escamas na cauda, mas não é um método preciso, sendo apenas uma sugestão. Uma vez que o número de escamas não aumenta conforme o crescimento e a cauda do macho é maior do que da fêmea quando adulto, sugere-se que desde filhote já é possível identificar, assim machos apresentam de 12 a 14 escamas e as fêmeas de 8 a 11. Outro método de sexagem, porém mais invasivo, é através de laparoscopia. Dados do Quelônio: Nome: Tartaruga Gigante de Aldabra, Aldabran giant tortoise Nome Científico: Aldabrachelys gigantea gigantea Época: Holoceno Local onde Vive: Atol de Aldabra no Oceano Indico Peso: Cerca de 200 quilogramas Tamanho: 140 centímetros de comprimento Alimentação: Onívora Classificação Científica: Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Reptilia Ordem: Testudines Família: Testudinidae Gênero: Aldabrachelys Espécie: Aldabrachelys gigantea Schweigger, 1812. Sinonimos: - Testudo elephantina, Duméril e Bibron, 1835 - Dipsochelys elephantina - Dipsochelys gigantea, Bour, 1982 - Geochelone gigantea, Arnold, 1979 - Dipsochelys dussumieri Gray Referências: - van Dijk, P.P., Iverson, J.B., Rhodin, A.G.J., Shaffer, H.B., and Bour, R. Turtle Taxonomy Working Group 2014. Turtles of the world, 7th edition: annotated checklist of taxonomy, synonymy, distribution with maps, and conservation status. In: Rhodin, A.G.J., Pritchard, P.C.H., van Dijk, P.P., Saumure, R.A., Buhlmann, K.A., Iverson, J.B., and Mittermeier, R.A. (Eds.). Conservation Biology of Freshwater Turtles and Tortoises: A Compilation Project of the IUCN/SSC Tortoise and Freshwater Turtle Specialist Group. Chelonian Research Monographs 5(7):000.329–479, doi:10.3854/crm.5.000.checklist.v7.2014. - Bióloga Cybele Sabino Lisboa, Chefe do Setor de Répteis, Anfíbios e Invertebrados da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, 2014. Obs.: Caso encontre alguma informação incoerente contida neste site, tenha alguma dúvida ou queira alguma informação adicional é só nos mandar um e-mail. Tenha uma boa consulta !!!. |