Período Anterior - AVPH Atlas Virtual da Pré-História Próximo Período - AVPH

Período Cretáceo: O Auge e o Fim dos Dinossauros


Paleoartes:

- AVPH

Introdução

O Cretáceo foi o último período da Era Mesozoica, estendendo-se de aproximadamente 145 a 66 milhões de anos atrás. Durante seus quase 80 milhões de anos, o planeta passou por profundas transformações geológicas, climáticas e biológicas, que moldaram o mundo tal como o conhecemos hoje. Foi nesse tempo que os dinossauros atingiram seu auge de diversidade, que as plantas com flores surgiram e se expandiram, e que os continentes se fragmentaram de forma cada vez mais próxima da configuração atual. Contudo, o período também terminou com a mais famosa das extinções em massa, aquela que pôs fim ao reinado dos grandes répteis da Terra.

Cretáceo Inferior (aproximadamente 144 a 100 milhões de anos atrás)

No início do Cretáceo, o clima global era mais frio, lembrando o final do Jurássico. Nesse momento, a fragmentação do supercontinente Pangeia se tornava cada vez mais evidente, com o Gondwana prosseguindo em sua separação: a América do Sul começou a se distanciar da África, abrindo caminho para o Atlântico Sul, enquanto a Índia iniciava sua longa deriva rumo ao norte. O clima, embora ainda instável em comparação com épocas posteriores, mantinha-se geralmente quente, favorecendo a expansão de extensos mares interiores que invadiam partes dos continentes.

Foi nesse cenário que surgiram as primeiras angiospermas, as plantas com flores, que rapidamente passaram a modificar os ecossistemas terrestres. Ao mesmo tempo, os dinossauros saurópodes ainda dominavam como herbívoros gigantes, enquanto novos grupos de terópodes, como os espinossaurídeos, se destacavam como predadores. Nos mares, ictiossauros e plesiossauros ainda eram abundantes, dividindo o espaço com tubarões e peixes ósseos cada vez mais diversificados.


Paleoartes:

- AVPH

Cretáceo Médio (aproximadamente 100 a 66 milhões de anos atrás)

No Cretáceo Médio, entre cerca de 120 e 100 milhões de anos atrás, essas mudanças se intensificaram. A fragmentação continental gerava novas zonas costeiras e habitats variados, favorecendo uma diversificação biológica sem precedentes. O clima tornou-se mais estável e quente, e as plantas com flores, acompanhadas por insetos polinizadores como abelhas e borboletas, começaram a se espalhar em larga escala, transformando o aspecto das florestas em algo cada vez mais próximo das atuais.

Com a expansão desses novos ecossistemas, dinossauros herbívoros como os iguanodontídeos e os primeiros hadrossauros ganharam destaque, adaptando-se às paisagens em transformação. O ambiente marinho também se diversificava: os mosassauros, répteis marinhos predadores, começavam a aparecer, competindo com plesiossauros e ictiossauros, embora estes últimos já estivessem em declínio. Nesse período, a complexidade ecológica da Terra atingiu um novo patamar, com interações cada vez mais sofisticadas entre plantas, insetos e vertebrados.


Paleoartes:

- AVPH

Cretáceo Superior (aproximadamente 66 milhões de anos atrás)

o Cretáceo Superior foi o ápice e, ao mesmo tempo, o ocaso da Era dos Dinossauros. Os continentes já assumiam formas bastante próximas das atuais, embora ainda não estivessem em suas posições definitivas. O nível dos mares estava elevado, e extensos mares interiores cobriam regiões como o centro da América do Norte.

Os dinossauros alcançaram sua maior diversidade: gigantescos tiranossaurídeos surgiram como predadores dominantes no hemisfério norte, enquanto herbívoros como ceratopsídeos, anquilossauros e hadrossauros se espalhavam em grandes manadas. As aves primitivas se diversificaram amplamente e começaram a competir diretamente com os pterossauros, que entraram em declínio até desaparecer completamente ao final do período.

Entre os mamíferos, ainda de pequeno porte, surgiram os primeiros grupos de marsupiais e placentários, estabelecendo as bases para a futura radiação adaptativa no Cenozoico. Nos oceanos, os mosassauros dominaram como predadores supremos, enquanto aves marinhas mergulhadoras, como Hesperornis e Ichthyornis, nadavam entre cardumes de peixes teleósteos modernos.

O fim do Cretáceo foi marcado pelo evento de extinção K–Pg, há cerca de 66 milhões de anos. A teoria mais aceita para explicar essa catástrofe aponta para o impacto de um asteroide de aproximadamente 10 quilômetros de diâmetro na região da atual península de Yucatán, no México, criando a cratera de Chicxulub. Esse impacto levantou enormes quantidades de poeira e gases para a atmosfera, obscurecendo o Sol, alterando o clima global e desencadeando incêndios, chuvas ácidas e desequilíbrios ecológicos.

Como consequência, cerca de 75% das espécies da Terra foram extintas, incluindo todos os dinossauros não avianos, os grandes répteis marinhos e os pterossauros. Apenas as aves, descendentes diretas de dinossauros terópodes, sobreviveram como herdeiras desse grupo.

Apesar da devastação, a vida encontrou caminhos para se renovar. Os sobreviventes, pequenos mamíferos, aves, crocodilianos, quelônios e diversas linhagens aquáticas, rapidamente se adaptaram às novas condições. O vazio deixado pela extinção em massa foi preenchido por uma explosão evolutiva no início do Paleógeno, dando início à Era Cenozoica, em que os mamíferos assumiram o papel dominante que antes pertencia aos dinossauros.

Animação

Esse evento teria matado a maior parte das espécies vegetais e com a morte delas, os dinossauros herbívoros acabaram morrendo de fome e consecutivamente, os dinossauros carnívoros morreram também, provocando uma reação em cadeia que eliminou boa parte da vida na Terra. Os dinossauros foram as principais vítimas deste evento, desaparecendo quase que completamente, sobrevivendo apenas o grupo das aves. Outros grupos fortemente afetados foram os grandes Répteis Marinhos e os Pterossauros, que foram extintos completamente.

Após o término das consequências deste evento, a vida continua e como a "Fênix, muitas espécies renascem dessas cinzas", provocando uma radiação adaptativa nos diversos nichos ecológicos, preenchendo de forma esplendida as lacunas deixadas pelos fantásticos animais que se extinguiram. Os animais de pequeno porte, solitários, noturnos, de hábito alimentar onívoro, insetívoro e carniceiros tiveram uma maior chance de sobreviver, e o fizeram de maneira a prosperar e repovoar o planeta. Os mamíferos placentários e as aves foram os primeiros a se aproveitar dessa oportunidade, seguidos pelos Crocodilianos e quelônios.

Os ecossistemas formados por rios, córregos, riachos, lagos e lagoas e as profundezas dos oceanos, foram os locais menos atingidos por essa catástrofe global, pois nestas comunidades a escassez de alimentos não foi tão severa, possibilitando a sobrevivência e a recolonização das áreas mais afetadas.

Espécies catalogadas desse Período


Abelissauro

Acrocantossauro

Acrotholus

Adamantinasuchus

Aeolossauro

Aeolossauro maximus

Afrovenator

Alamossauro

Albertossauro

Alioramo

Alectrossauro

Alxassauro

Amargassauro

Amazonssauro

Ammonite

Anatotitan

Angaturama

Anhanguera

Anhanguera de Blittersdorffi

Anquilossauro

Antarctossauro

Anzu

Aquilops

Aratassauro

Archelon

Argentinossauro

Arrudatitan

Avaceratops

Aucassauro

Bactrossauro

Bahariassauro

Bambiraptor

Barionix

Baurusuchus

Baurutitan

Becklespinax

Beibeilong

Borealopelta

Brachauchenius

Brasiliguana

Brasilotitan

Brontomerus

Bruhathkayossauro

Caiuajara

Carcharodontossauro

Carnotauro

Cearadactylus

Centrossauro

Changyuraptor

Chasmossauro

Clidastes

Coahuilaceratops

Conchoraptor

Cretoxyrhina

Criorhynchus

Crocodilo tatu

Dahalokely

Deinosuchus

Deltadromeus

Diabloceratops

Dimorphodon

Dinilysia

Deinocheirus

Deinonychus

Dreadnoughtus

Dromiceiomimo

Dsungaripterus

Edmontonia

Edmontossauro

Einiossauro

Elasmossauro

Espinossauro

Estiracossauro

Estrutiomimo

Euplocefalo

Galimimo

Gastônia

Giganotossauro

Gigantoraptor

Gondwanasuchus

Gondwanatitan

Gorgossauro

Hadrossauro

Hatzegopteryx

Homalocephale

Hylaeossauro

Hypacrossauro

Iberomesornis

Iguanodonte

Ikrandraco

Indosuchus

Irritator

Itapeuassauro

Koolasuchus

Kritossauro

Kronossauro

Lambeossauro

Leaelinassaura

Leinkupal

Leptocerátops

Lythronax

Maaradactylus

Maiassaura

Majungatolo

Malawissauro

Mapussauro

Mariliasuchus

Maxakalissauro

Metopossauro

Micropaquicefalossauro

Microraptor

Minmi

Mirischia

Mosassauro de Hoffmann

Mutaburrassauro

Nasutuceratops

Nodossauro

Notronychus

Nyctossauro

Opisthocoelicaudia

Ornitomimo

Ouranossauro

Oviraptor

Oxalaia

Pampadromaeus

Paquicefalossauro

Paquirinossauro

Paralititan

Parassaurolofo

Patagotitan

Pelorossauro

Pentaceratops

Phobetor

Phobosuchus

Pinacossauro

Platecarpus

Polacanto

Protocerátops

Protostega

Psitacossauro

Pteranodonte

Pterodaustro

Puertassauro

Pycnonemossauro

Qianzhoussauro

Quetzalcoatlus

Rukwatitan

Saltassauro

Santanaraptor

Sarcosuchus

Saurolophus

Seismossauro

Shantungossauro

Siats

Spectrovenator

Steropodonte

Stygimoloch

Suchomimus

Tapejara

Tapejara de Wellnhofer

Tapuiassauro

Tarbossauro

Tartaruga Baleia

Tenontossauro

Thalassodromeus

Thanos

Therizinossauro

Tilossauro

Tiranossauro

Tiranotitan

Titanossauro

Torossauro

Toxochelys

Tricerátops

Trigonossauro

Triunfossauro

Tropeognathus

Tupuxuara

Uberabasuchus

Uberabatitan

Ubirajara

Utahraptor

Velociraptor

Vesperssauro

Wuerhossauro

Xenoceratops

Xiphactinus

Xixianykus

Ypupiara

Zby

Zhejiangopterus

Zuniceratops

Zuul

Referências:

  • - C. Michael Hogan. 2010. Fern. Encyclopedia of Earth. National council for Science and the Environment. Washington, DC..
  • - http://www.stratigraphy.org.
  • - MacLeod, N, Rawson, PF, Forey, PL, Banner, FT, Boudagher-Fadel, MK, Bown, PR, Burnett, JA, Chambers, P, Culver, S, Evans, SE, Jeffery, C, Kaminski, MA, Lord, AR, Milner, AC, Milner, AR, Morris, N, Owen, E, Rosen, BR, Smith, AB, Taylor, PD, Urquhart, E & Young, JR (1997). "The Cretaceous–Tertiary biotic transition". Journal of the Geological Society 154 (2): 265–292. doi:10.1144/gsjgs.154.2.0265.
  • - Wilton, Mark P. (2013). Pterosaurs: Natural History, Evolution, Anatomy. Princeton University Press. ISBN 0691150613.